29.5.11

Aniversário com um toque fyno de brega



Bom negadis, era mês de maio, frio comendo o couro dos toscos goianienses, pecuária fazendo a alegria de agroboys e cowgirls daqui da região e em meio a essa "tradição" sertaneja que não se pode arrancar da capital, no passado dia 21 do mês das mães o selo underground Two Beers Or Not Two Beers, liderado pelo incansável Segundo, festejava os 10 anos de existência e resistência dentro do cenário punk/hardcore/metal, com apresentações de bandas locais e tendo como atração principal o conjunto de música rápida Merda, vinda diretamente do Espírito Santo e liderada pelo doente Sr. Mozine. Do lado de fora do recinto já havia alguns infelizes esperando o início do círio, alguns bebendo, outros ouvindo e curtindo um bom brega nacional oitentista e outros apenas destilando charme elegância nas calçadas da Rua 24. Beburas, papos descolados, comentários de todos os tipos acerca de meu fyno visual davam o tom nas mesinhas amarelas localizadas em frente ao local em que iria ocorrer toda essa rapariguagem. Conversa vai, conversa vem, resolvi adentrar no local do festejo para dar início ao meu ritual de oferendas daquela tarde/noite. Certo era que eu já estava meio embriagado, pois horas antes eu passara num cabarézim treta chamado Maria Maria para ver como estava o local depois da nobre reforma que aumentara o estabelecimento de cunho familiar de dois para três cômodos, ambiente esse que agora tinha banheiro e piso de cêra verde, abandonando o já tradicional "chão de terra" tão apreciado pelos membros inferiores dos fiéis freguêses do cabaré. Pois bem, voltando para o assunto da festança que ocorreria no Old Studio, percebi que havia perdido a apresentação do grupo Leila Lopes, banda que nunca vi uma apresentação e que perdi mais uma oportunidade de ver os bacharéis ao vivão. Ponto negativo para a minha pessoa e para a minha bebura desrregulada!
Então fui perambular nos cômodos do recinto, vendo os elegantes desfilarem em trajes perfeitamente toscos numa estica bem charmosa e decadente. Atentei-me que os beborríves do Puro Álcool tinham começado seus ritos daquela tarde/noite com um hardcore/punk bem tosco e chapado, uma verdadeira exaltação ao mé, granadinha e demais bebidas de porte fino. Primeira vez que vi os diplomatas e gostei das poucas sinfonias que vi sendo bem orquestradas por aqueles que eu considerei brilhantes músicos boêmios. Bom, fui tomar fôlego do lado de fora da salinha e nesse intervalo começava uma frenética discotecagem que passeava pelos mais lindos cantores bregas desse país. Adelino Nascimento, Carlos Santos, Julio Nascimento, Bartô Galeno e demais belezuras animavam algumas dezenas de toscos ali em uma das pequenas salinhas do Old. O momento ápice da fuleragem foi quando começou a tocar os remixes do DJ Cremoso, com a figura do Sr. Mozine bailando de forma bem atraente. Intervalo para a cabarézagem, pois os os bonitos do Tirei Zero iriam dar início ao concerto. E amigo, os jóvens estão cada dia mais bonitos no palco, com a galhere gritando as cantigas de forma bem intensa, lembrando por hora a histeria do público juvenil para com essas bandas coloridas da nova geração. Perdi uns 3 quilos de meu lindo corpinho na apresentação dos engenheiros. Festejo terminado, a safadeza do brega voltava a tomar conta do ambiente, casais apaixonados dançando de rostos colados, catuabas e mais catuabas degustadas pelos joviais presentes e o que se via era a negadis suando mais que panela de pressão e fazendo muito sabão no pé de tanto bailar. Pequena pausa na cachorrada, pois o Against adentrava no calor da salinha para destilar sua agressão sonora. E jóvens, a banda é simplismente linda de morrer se apresentando ao vivo, destaque mais que disparado para o batera e a sua brutal técnica ao demonstrar suas habilidades com as duas baquetas. Show de tirar o fôlego, a roupa, ficar pelado fazendo toscas rodas de hardcore e tudo mais, enfim..., banda bem boa de se ver, meus amados. Vazei da salinha, fui beber mais um pouco de líquidos alcóolicos, conversar acerca de política, economia e cinema europeu com alguns intelectuais presentes, como por exemplo o galã da meia noite, o Seu Wilson e o mascate de feira interiorana Tulio Big Nose. Após essa breve e rica troca de informações acompanhada de um chique carotinho de catuaba, fui ver a aoresentação do WxCxM, com novo baixista e com uma nova pegada que me deixou bem de boca aberta. Slake destruindo nos vocais, Júlio amaciando de forma bem sutil o seu pandeiro e posso dizer que o show dos lindos tá bem pressão de se ver, coisa bonitinha do papai dançar. Naquela altura eu já estava bem alterado por conta do álcool e minha pessoa estava parecendo aqueles bonecos de Olinda, com os braços balançando mais que caçamba que transporta porco capado. Mais mé pra não perder a tradição e vi que tinha perdido boa parte do show do Merda, consegui pegar parte do converto a tempo, destacando a lynda guitarra do mestre da guitarrada Sr. Fábio Mozine, instrumento com um design digno de inveja gorda. Os bonitos fecharam a apresentação com o clássico "Quando" do eterno Rei Roberto Carlos, mais conhecido entre os íntimos como "perna de pau dos cabelos volumosos". Só digo que a noite foi memorável, divertida, público bem animado, conversas muito boas e que a Two Beers comemore mais e mais anos de resistência dentro desse cenário que por vezes desanima. Beijo no coração, meus amores!

Fotos por: Nati Simão

1 comentários:

Lanna Sovinsk disse...

Belíssimo resenha Genor,um verdadeiro poeta! ahahahhahhaa


/Lanna