26.6.19

TEST - O Jogo Humano (2019)


TEST é a banda (ou duo como preferir) que não cansa de surpreender quem ouve ou assiste uma de suas apresentações submundo afora. Conheci a banda por conta de uma mensagem do João Kombi me mostrando seu novo projeto, aquele Web EP Jesus Doom e desde então acompanho tudo que essa dupla faz de forma muito original, excêntrica e agressiva (claro)
Dessa vez, voltando a escrever, tive a sorte de me deparar com mais um material inéditos desses bons cabras, O Jogo Humano e foi apresentado por amigos e posteriormente pelo próprio João. Passei dias ouvindo, antes de alguma discotecagem ou antes de algum almoço que eu faria. Bom, a impressão que eu tive é que a banda está cada vez melhor, comendo grindcore e vomitando black metal/crust com aquela pegada gostosa do cavalo manco (que quem ouve sabe do que digo). João & Barata são revelantes, inovadores e essenciais pra música que circula fora da bolha. Ao longo das 10 cantigas, os ouvidos absorvem densidade sonora, rapidez eloquente e técnica bem orquestrada, chegando mais uma vez num resultado deliciosamente inquietante, que causa uma boa confusão mental abstrata, aquela coisa que você não sabe explicar, mas que sente de forma intensa, que faz querer ouvir mais e mais. Com uma sonoridade orgânica e ao mesmo tempo suja e com reverbs, experimentalismo em sua maior definição, música extrema sem soar chato ou repetitivo. Falo da versão que ouvi do bandcamp, mas tem uma versão feita pra sair em k7 e lançada pelo selo Contra Boots e que tá maravilhosa também. Sem mais delongas, aqui está mais um registro monstro de um dos duetos mais infames dessa esfera antimusical. Foda!

Ouça a versão bandcamp aqui:

ouça a versão K7 aqui:

25.6.19

Dead Moro




Através de uma fonte anônima, que me reservo no direito de não revelar, recebi em meu escritório o som de uma banda nova da república falida de Curitiba, que se autodenomina Dead Moro. Ouvindo os áudios, cinco no total,  desse grupo que diz residir no bairro de Água Verde, pude verificar a autenticidade da interceptações obtidas em estúdio, hardcore aos moldes dos anos 90 com colagens sarcásticas que lembra ali coisas do Mukeka di Rato e conjuntos semelhantes. Sarcasmo, ironia, protesto e indignação, pra cutucar o herói de uma massa fascista que sucumbe a cada minuto nesse país. Sergio Moro, continua negando ou fugindo das denúncias ali apresentadas, da morte de Marielle Franco ao cidadão de bem que se esconde atrás de uma camisa amarela de uma seleção falida. Fascismo, racismo, machismo, homofobia, ódio de classe e tudo mais um pouco está presente nesses maravilhosos áudios, pertinentes pro momento e fortes pra resistência do nosso underground. Bela banda e belo registro, ouça!

ouça aqui: 

24.6.19

ASTMA - Ghosts - EP 7'' (2019)



Afastado daqui e com uma certa preguiça de tirar minhas mãos do sedentarismo sobre os teclados, resolvi re-organizar este podre espaço. Precisei de um afastamento mental e prosseguir com outros projetos. Pois bem, estou aqui tentando mostrar bandas novas e legais que andam surgindo nessa cena roquista-torta. 
Meio travado nos ditos (mas não nos ouvidos), relato minhas impressões sobre a banda conhecida como Astma. De São Paulo/Belo Horizonte para o submundo cinza do post punk, o grupo/conjunto/gang caiu em meu conhecimento por conta de algum post de algum integrante da banda, possivelmente o Xopô (cordas finas do grupo). Tá, num primeiro momento passou batido, muito provável que por conta de outros focos. Mas o hd mental do doido do jipe aqui ainda dá pro gasto e lembrei de ouvir o som da banda em algum repouso por conta de alguma ressaca maluca. 
Deixando os detalhes desnecessários de lado e falando do sete polegadas lançado esse ano pelos selos Pelicano Discos e Thrash Unreal Records, a sonoridade contida nas quatro faixas é uma fusão do post punk oitentista inglês com o darkwave americano, deixando tudo naquela estética gótica muito bem trabalhada. Registro maravilhoso, pra quem gosta do estilo é certeza de um modo repeat eterno até perder o juízo, que poderia ser dito que é uma espécie de mantra sonoro. A arte da capa fica por conta do Flávio Bá, que também é o responsável pelas cordas grossas da banda. O restante do quarteto é composto por Fernando Chero na bateria e Camila Martins nos vocais. É só ouvir, vai por mim.


ouça o EP aqui: