31.12.13

Natal Na Zona, Molotov Sonoro & Confraternização do Fim do Mundo

Depois de passar por um natal sem nexo que festejou o nascimento do raparigo de nazaré numa chácara que já foi cabaré de beira de estrada e que por lá mataram um padre que gostava de amolegar as partes de coroinhas naquele recinto, voltei pra minha querida terra localizada no miolo do cu deste país.  Na semana em que coloquei os pés por aqui (Goiânia) chegara a notícia de que iria rolar a oitava edição do Thrash Core Fast, a festa mais tradicional da carniceria lado b do underground goiano. Claro, gostei tanto da notícia que quenguei o dedo mindim na quina do criado mudo, pura empolgação de porco ruim interessado em participar de mais um rolê imundo nos espaços clandestinos da cidade.

O sábado, dia marcado pra rolar o forró do gerso, começara com ameaças nebulosas de chuva ácida do lado sul da quebrada em que resido, nada mais que um susto ligeiro, já que a penumbra do sol da tarde ressurgira com toda a intensidade, castigando minha moleira e amolecendo minha seborréia.
Chegando ao local da farra do boi, logo fiquei de lero com alguns conhecidos do lado de fora, consumindo algumas ampolas, colocando as fofocas de cena em dia para inspirações resenhisticas posteriores, tudo isso entre uma acenada de filhos do césio (aka crackeiros) para a minha pessoa e criançada humilde perambulando com brinqueditos de baixa qualidade, provavelmente doados no natal da OVG. Adentrei no inferninho e logo na portaria me deparei com a dupla ilustre Julio & Rustoff, ganhei um exemplar do excelente zine Cidade Tóxica e bons papos sobre o honesto mundo do futebol midiático conduziam aquele início de fornalha vespertina na qual eu fazia questão de está
presente. Desci para o quintal da desgraça serena e pude ver uma boa aglomeração de corpos blasfêmicos, com muito olor de diambra no ar e chiados de gato no cio saindo do quartinho-quentura. Os ruídos anunciavam que a primeira banda estava abrindo os trabalhos do terreiro da vovó, era a Higiene Mental, mostrando o seu punk/hardcore dentro daqueles poucos metros quadrados, fazendo uma apresentação decente em que destacou os bons riffs da guitarrinha do Artur e o vocal gritado do cabra com visu de muriçoca-thrasher. Poucos minutos confinado naquele espaço que provavelmente já fora depósito de velharia, e a entrada de meu rego já estava toda suada. Boa apresentação que arrancou alguns sacolejos de minha ossada reumática.
Entre uma golada na cerveja quente (novidade) vendida no interior do estabelecimento de divertimento jovial comandado pelo doido do jipe Afonso Moreno e novos episódios envolvendo subcelebridades "libertárias" anônimas que serviam de chacota nos bolinhos de galera formados, o enredo ia tomando corpo e ritmo naquela tarde-quente-ternura no confortável Capim.
Entre a passagem de som, bizóiada rápida em materiais alternativos da two beers e com uma química
estomacal que me fez obrar naquele toalete higiênico do local, a Sociofobia, lenda do underground lado b desta cidade, subia no pequenino palco montado para soltar a sua artilharia densa e obscura de thrash metal old school.  Se existe alguma entidade maléfica do metal, Cláudio & Cia fizeram este maldito espírito manifestar-se naquele cubículo, calorzão comendo no couro e apresentação clássica, gostei mesmo do que vi, ainda mais com a nova formação que era desconhecida de minhas vistas cansadas.
Com a larica aflorando em meu ser, tratei de averiguar se no goxtoso ambiente havia algum rango para degustaçāo, e a triste constatação era de que não tinha nenhuma daquelas doidices saborosas veganas para venda. Mas chegou aos meus ouvidos que o cabra do bar estava fazendo umas coxinhas de galinha frita, o mesmo dizia que possuía curso de gastronomia, não quis me submeter aos experimentos do possível chefe e desconjuntar de vez o meu bucho naquela tarde/noite agradável.
Com muita expectativa de minha parte e bebendo muita cana, incrivelmente chegara a oportunidade de ver a Entre Os Dentes pela primeira vez em carne viva, pois sempre rolou alguma treta ou contratempo e nunca consegui presenciar o baile dos bonitos. Pois
bem, fiquei vendo a regulagem do som até o momento em que o quinteto transgressor começara a apresentação. Do começo ao fim do concerto fiquei muito abismado com a energia, presença de palco da banda, interação do público e a sonoridade linda que os joviais tiravam. A mescla de hardcore, thrashcore e passagens de rock psicodélico me hipnotizou de uma forma que há tempos eu não ficava nos shows. A performance do Victor (visu meio Phil Anselmo+Batera do Violator #rizos) é outro destaque, o cabra parece encarnar algum vocalista americano de hardcore oitentista, dando um toque mais que especial para o baile, conseguindo roubar toda a atençón do público para si. O urbano na batera é algo que todo ser com a consciência de Sun Rá deveria presenciar, pois o raparigo é cria boa das baquetas e pude ver isso de perto. As linhas de guitarras e solos são perfeitamente fodas e o baixo apaixonante presente na demo da banda, ao vivo é mais chocante ainda. Digo e repito, estes profanos da cantiga rápida estão com o melhor show underground da cidade, e quem falar o contrário ou deve gostar de Kamura ou possui antipatia com o The Exploited (#rizos #rizos #rizos). Saí do quartinho-ternura completamente ensopado e extasiado com um dos melhores shows que vi neste 2013 por essas bandas de cá.
Passada a euforia de abilolado e voltando para os excessos da bebida, chegara aos meus
sebosos ouvidos o boato de uma possível surpresa naquele sábado fraterno. Era a volta aos palcos do coqueluche da podreragem goiana, a Tirei Zero apresentando a nova formação, agora com o Victor assumindo as cordas finas, antes ocupada pelo mestre André Alemão. O concerto foi rápido e não menos intenso, com o Pedrim Voador parecendo ter ossos de andorinha com seus incríveis pulos, deixando hematomas em alguns bons raparigos presentes nas rodas. Júlio, um dos tortos da família Baron, como sempre há de ser, com o seu visual de indie-ao-contrário, pode-se dizer que deu um workshop de linhas de bateria para xs derrotistas presentes. Brunete com o seu instrumento de cordas grossas aperfeiçoando cada vez mais as dobradiças de seus sofridos joelhos e o novato Victor, bem prendado que é, dando um gás universitário-vagabundo pra banda. Foi muito bom ver que os cabras estão com as energias renovadas e prometendo novidades para o próximo ano.
Fui dar um descanso pra minha espinhela e pegar um ar do lado fora, no novo espaço lounge da casa, e presenciei a linda cena de três pais da cirrose dançando em ciranda com uma granadinha de 51 no meio, como se fosse uma linda oferenda a ser abençoada. Fiquei com inveja daquela felicidade / celebração sincera e espontânea, adentrei novamente ao nobre recinto, pois o grand finale estava por vir em grande estilo
decadente, com a volta do conjunto de cantiga ligeira WxCxMx, um dos grandes orgulhos da cena local dos anos 2000, que estava num hiato semelhante ao dos Los Hermanos. Bicho, os cabras ficaram mais anciãos e melhoraram na descujuntura apresentativa, pois o quarteto formado por Slake, Alexandre, Gabriel Stone e Júlio passaram a impressão de que estavam com ódio e raiva acumulada. Diversão, amizade e protesto em formato de caos, aonde pirei muito na presença e energia do baixista Stone (mescla facial de Porcão+Léo Bigode), o cabra surra seu instrumento como uma mãe que sapeca os couro de suas crias com vara de marmelo. O resto do clã eu já conhecia de longa data, pelos inúmeros bailes vistos, e falo aqui, os bacharéis estão tinindo como nunca tiveram. Apresentação épica, cover de Ratos de Porón & Olho Seco, com direito ao Slake esgoelando todo pendurado na janelinha e encerrando aquele lindo sábado de confraternização contracultural de forma brilhante. Quem não foi perdeu mais uma edição do evento mais legal da cidade, sem verba de governo e sem a maracutaia das leis de incentivo, tudo feito na base da amizade, do faça-você-mesmx, sempre na intenção de preservar e manter a chama acesa do punk / hardcore, da diversão sem compromisso com o policiamento tosco e do espírito de fazer aquilo que gosta, aliviando momentaneamente todo o veneno que o sistema e o cotidiano nos causa. Que festa boa, terminei a noite comendo um x-podrão e vendo o cambito do Anderson ficar pôdi igual o joelho do ronaldo.



Fotos por: Alex Almeida Katira

*Parte desta resenha foi escrita ao som do magnífico vinil "A Tábua de Esmeralda", obra do grande mestre Jorge Ben.

*Agradeço de coração aos responsáveis pelo evento, pelos discos que o Israel me presenteou, ao Markin pela carona e bons papos, pelas boas amizades que reencontrei e pela linda mulher que atura as minhas doidices sinceras. Paz e bem para aqueles que querem, aos que não, o nada é infinito.

27.12.13

THRASH CORE FAST 8 - FELIZ ANO BLACK BLOC - 28/12 - CAPIM PUB (GOIÂNIA)


Fim de ano e você acha que acabou? O TCF é como se fosse um papai noel e vem este finalzinho de ano trazendo surpresa em uma edição totalmente "caseira", com nossos queridos amigos do WCM de volta nas pistas pra nossa alegria, o Sociofobia com seu thrash tradicional ala Taurus e Dorsal, o Entre Os Dentes que hoje é um das melhores bandas de hardcore da cidade, e a novidade por conta de uma "novata", que nunca tocou no evento: o Higiene Mental, banda que há muito anda destruindo em diversos shows da cidade mas que ainda não tive oportunidade de tocar no evento, tudo isso no nosso cantinho preferido, o ilustre Capim Pub!!

Você que não quer ficar sentado no sofá vendo Roberto Carlos em especial de fim de ano, venha comemorar os 8 anos do Thrash Core Fast e do ano mais punk dos últimos tempos, see you in hell!!!!

THRASH CORE FAST 8 - FELIZ ANO BLACK BLOC
DATA: 28/12/2013
HORÁRIO: 15H00M EM PONTO
PREÇO: 10 REAL
BANDAS: WCM / SOCIOFOBIA / HIGIENE MENTAL / ENTRE OS DENTES
LOCAL: CAPIM PUB

LINK DO EVENTO: https://www.facebook.com/events/579678548765370/

OBS: CHEGUE NO HORÁRIO POIS IRÁ COMEÇAR EM PONTO!!!

FLYER ARTE POR DIOGO RUSTOFF

16.12.13

Tilt Beers Festival - 20/12 - Martim Cererê (Goiânia)






A TILT Produções e a Two Beers firmam uma parceria para o surgimento do TILT BEERS Festival. O evento será no Centro Cultural Martim Cererê e conta com a presença de 14 bandas goianas divididas entre os palcos TILT e TWO BEERS, seis DJs convidados e três outras atrações, sendo elas oficina de GRAFFITE, STENCIL e TATUAGEM fomentando o ESPAÇO LOUNGE.

PROGRAMAÇÃO

01:30 Ultravespa 
01:00 WCM
00:30 Bang Bang Babies
00:00 Baba de Sheeva
23:30 Woolloongabbas
23:00 Entre os Dentes
22:30 Red light House
22:00 Muder
21:30 Cherry Devil
21:00 Gerações Perdidas
20:30 Sheena Ye
20:00 Suttura
19:30 Acefalos
19:00 Sanguinea


ESPAÇO LOUNGE (Anfi-Teatro)

DJ's

Sansão (live)
François
Sequence Travel (live)
Glaugo Mingau
Fred XTC
Diversoes Eletronicas (live)

+GRAFITE
+TATTOO
+OFICINA DE STENCIL

*Lembrando que o Espaço Lounge é uma área alternativa destinada ao PÚBLICO.

O festival tem como objetivo levar ao público goiano a mistura de artistas de nossa cidade, expondo mais do que somente a música! Prevalecendo a União!


QUANDO ? Sexta-feira, 20 de Dezembro de 2013

ONDE ? Centro Cultural Martim Cerere - Rua 94 A Setor Sul - Goiânia


Link do evento: https://www.facebook.com/events/1381379805445588/?fref=ts

QUANTO ?

10 $ até as 19:00
15 $ até as 21:00
20 $ apos as 21:00

Vendas de ingressos somente no dia.

Abertura dos portões: 17:00

Festival totalmente independente sem apoio público ou privado.

13.12.13

Tributo a Pastel de Miolos - Eu Não Quero Ser O Que Você Quer (2013)



Sexta-feira 13 caindo no mês de nascimento do raparigo de nazaré, chuvas cabulosas que assolam a nossa Goiânia querida e eis que pulo das cinzas de terreno baldio que serve de mocó pra malandragem nata pra relatar as minhas impressões sonoras da baleza rara que está o "Tributo a Pastel de Miolos. 
Pastel de Miolos é lenda viva dentro do underground nacional, nordeste, Bahia e parcela fundamental dentro da cena punk deste país. Meu primeiro contato com a banda foi através da eterna coletânea "HC Scene 2" e a partir dali conheci e acompanhei boa parte da caminhada desses cabras oriundos de Lauro de Freitas/BA. Passado os longos 18 anos de resistência, a Pastel de Miolos ganhou uma justa e honrada homenagem, que consiste num lindo tributo intitulado " Tributo a Pastel de Miolos - Eu Não Quero Ser O Que Você Quer" que conta com várias bandas de diversos estilos fazendo versões bastante originais de sucessos da banda. Ao todo são 34 faixas contando com bandas do naipe de Leptospirose, Terror Revolucionário, Cama de Jornal, Lobotomia, Vivendo do Ócio, Karne Krua, Uganga, Zeferina Bomba, Jason, Derrube o Muro, Prisão Civil e tantas outras que embelezam este registro. 
Ouvindo o disco de maneira assídua percebi que seria um tanto difícil destacar algumas cantigas desta bolacha, porém, identifiquei aquelas que mais agradaram os meus ouvidores e citarei as mesmas nas próximas linhas. 
As cantigas que tiveram uma pegada mais punk/hardcore obviamente ganharam mais destaque como as músicas "Ruas" interpretada por Snooze & karne Krua, "Da Escravidão ao Salário Mínimo" por Estamos En Eso, "Sete Sete" por Lobotomia, "Janela do Caos" por Derrube o Muro, "Ciranda" por Thrunda, "Vivendo na Cidade" (uma de minhas favoritas do disco!) por Musa Junkie & Zeferina Bomba, "Mentiras do Lar" por Agressivos, "Eles" (favorita do rolê pagão) por Same Old Shit, "Hora de Lutar" (rápida e cabulosa, outra faixa foda do disco) por Jason, "É de Macedo" (ouvi várias vezes) por Desgraciado, "Cresta (Moicano)" por Los Verrugas, "Terra Em Transe" por Cama de Jornal, "Yon Elostelija (Vivendo na Cidade)" (versão muito foda em finlandês) por RIIVA, "Sua Culpa" (punk rock clássico) por Prisão Civil, "Sem Rotina" (CDC & Cia triturando os ouvidos) por Terror Revolucionário, "Ted, Sk8, Hardcore" (hardcore/punk/psicodelia) por Leptospirose e "Desespero" por Uganga, "PDM" (linda cantiga) por Norfist. Fugindo do lado rápido da coisa e falando das cantigas que me surpreenderam de forma positiva, cito as músicas 'Tapa Na Cara" por Vivendo do Ócio, "Ser Humano" por Melda, "Eu Não Quero Ser o Que Você Quer" por Laura Dantas, "Não se Engane" por Tronica, "Esperar Sentado" por Surface, "Indústria da Seca" por Evandro Lisboa, "Castelos de Areia" (que versão massa!) Pessoas Invisíveis e "Brincadeira de Burguês" por Irmão Carlos & O Catado.
Como eu sempre digo, tributo é sempre uma boa oportunidade de conhecer bandas novas e sacar mais da discografia da banda homenageada, e nesse específico registro reúne bandas das regiões sudeste, sul, centro-oeste e nordeste, além de bandas da América do Sul e Europa, ideia muito bem executada pelos envolvidos no projeto. Esse é um disco essencial e que não pode faltar na prateleira de coleção de qualquer amante de punk rock, pela história e resistência da Pastel de Miolos e por ser um grande lançamento do underground nacional. O tributo teve o apoio de Brechó Discos, Big Bross, Verbo21, Sub Folk, São Rock DiscosTamborete, Panela Rock e SupportMax. Interessados em adquirir o registro entrem em contato com: brechodiscos@gmail.com


Página da banda: Pastel de Miolos

Ouça o disco "Tributo a Pastel de Miolos - Eu Não Quero Ser O Que Você Quer (2013)" aqui:

11.12.13

A Brazilian Tribute to Napalm Death - Siege Of Grind (2013)





Quando este disco chegou em minhas mãos, tratei logo de tirar o plástico que lacrava o objeto sonoro e colocar o redondinho na bandeja do micro-system. Um dos lançamentos mais aguardados do ano, "A Brazilian Tribute to Napalm Death - Siege of Grind" é uma bonita homenagem aos pioneiros do grindcore mundial e que conta com 21 bandas nacionais, representando os quatro cantos deste país. Paulada do começo ao fim, o disco possui vários pontos fortes, como a reunião de um time pesado da atual cena da música extrema nacional, em que posso citar as bandas Ressonância Mórfica, Social Chaos, Plague Rages, Homicide, Subcut, Expurgo, Obito e Infamous Glory. Das cantigas que mais me agradaram, sejam pela originalidade da banda ou por se aproximar da versão original eu cito "The kill" tirada pela Prey Of Chaos,  "Lucid Fairytale" brutalmente executada pela Obliteração, "Social Sterility" por Social Chaos, "Dementia Access" por Subcut, "Plague Rages" por Plague Rages, "Antibody" por Forbidden Ideas, "On The Brink of Extinction" por Orrör, "RightYou Are" Por Homicide, "Silence is Deafening" por Summer Saco, "All Links Severed" por Expurgo, "The World Keeps Turning" por Deranged Insane, "Unchanllenged Hate" por Ressonância Mórfica e "Siege Of Power" por Oligarguia. Agoras as versões do Social Chaos, Subcut, Plague Rages, Homicide, Ressonância Mórfica, Orrör, Expurgo, Summer Saco e Oligarquia merecem um destaque maior de minha parte, pois foram as que agradaram mais aos meus sebosos ouvidos e também pela excelente qualidade gravação e execução. Outro destaque é pra qualidade gráfica do disco que ficou bem original e destacada. Achei que algumas faixas ficaram com as baterias estouradas, se foi proposital ou não aí é outra fita, só sei que destoou um pouco e também não gostei de algumas versões que ficaram bem arrastadonas, pegada doom que fugiu muito das versões originais. 
Ressalto também a importância de registros como esse, pela propagação de bandas novas, pelo formato coletânea que sempre agrada e pela possibilidade das pessoas conhecerem mais sobre a banda homenageada e as bandas participantes. O registro está cabuloso, vale muito ter uma cópia do mesmo e como eu sempre falo, perder alguns pontos de audição e dar algum ordenado pra fonoaudiólogo é necessário nesses específicos caso. Se tu interessou, entre em contato com os seguintes selos responáveis pelo nobre lançamento: Cianeto Discos, Zuada Recs, Contra-Mão Records, Terceiro Mundo Chaos Discos, Cipreste Negro Records. Boa audição, queridãs!

Track List:

  1. Into the End: Multinational Corporations / Instinct of Survival / You Suffer
  2. Prey of Chaos: The Kill
  3. Obliteração: Lucid Fairytale
  4. Social Chaos: Social Sterility
  5. Infamous Glory: Hiding Behind
  6. Subcut: Dementia Access
  7. Plague Rages: Plague Rages
  8. Forbidden Ideas: Antibody
  9. Baga: Next on the List
  10. Japüra Noise Project: Pay for the Privilege of Breathing
  11. Obitto: Warped Beyond Logic
  12. Orrör: On the Brink of Extinction
  13. Homicide: Right you Are
  14. Summer Saco: Silence is Deafening
  15. Reiketsu: Inside the Torn Apart
  16. Expurgo: All Links Severed
  17. Deranged Insane: The World Keeps Turning
  18. EYH: Suffer the Children
  19. Ressonância Mórfica: Unchallenged Hate
  20. O Mito da Caverna: Evolved as One
  21. Oligarquia: Siege of Power
Ouça aqui a versão de "Unchallenged Hate" por Ressonância Mórfica



5.12.13

Vídeo Clipes Viciantes da Semana




Essa semana foi corrida, e entre um compromisso furado por conta de extensa chuva que cai por aqui e raparigagens boas que a rua e cotidiano nos proporciona, sempre que possível fico atento ao submundo musical nacional no que tange a área audiovisual. E nesta semana conferi, aprovei e viciei em três lindas películas que disponibilizo logo abaixo.

Começando com a mossoroense Mahatma Gangue, os cabras são apaixonantes pelo jeito nômade de ser, levar a vida e passar isso através de cantigas sujas, com clima de praia e uma ode a vida livre. O vídeo abaixo é referente à musicóla "Vou Pro Espaço", gravado ao vivo no famoséx Chafurdo Na Praia (Praia de São Cristovão, umas das belezuras mais magníficas deste país) e que leva a assinatura de Astromar Filmes na confecção da linda película. Por jah, veja na maior resolução de tela que você conseguir, pois a fotografia do esquema tá lindona!



Em seguida surge uma espécie de superprodución do underground, estando na linha de frente os canalhas capixabas do Mukeka di Rato. A cantiga "Lua Cheia" faz parte do último disco da banda, o "Atletas de Fristo", e encaixou perfeitamente nesse esquema que é uma espécie de curta. Lobisomem que se fode e homem que apavora, é o tal do medo, medo do homem e de suas atrocidades em prol de saciar seus desejos. A linda película é encabeçada pela Camarões Filmes & Idéias Caóticas, produção de prima e cantiga foda, veja!


Tem também a nova safadagem visual da linda banda Lo-Fi. "Who Needs a Teacher?" é cantiga do próximo disco dos cabras, um 7'' delicioso que sai pela maldita Läjä. São 38 segunditos de pura canalhice e rapidez sonora!


E pra finalizar, chego mostrando o mais novo clipe da linda Leptospirose, "Hypertensive Prays" é cantiga que fará parte do próximo disco da banda "Tatuagem de Coqueiro". A película feita pela Porcarias Filme é uma animaçãozinha marôta que mostra a agonia de um raparigo perante um culto / missa intercalando com a banda em ação da forma mais caótica possível. Indicado pra crianças e adúlteros, confira.



4.12.13

Caixão e Vela Preta - 5 Contos de Brutalidade e Perversidade - EP (2013)



Caixão e Vela Preta é de João Pessoa / PB, resultado da extinta e lendária Fucinho de Porco. A banda soltou recentemente (final do mês de novembro) um EP que recebe o lindo título de "5 Contos de Brutalidade e Pervesidade", bolachita que conta com 5 cantigas que passeiam pelos nobres estilos musicais agressivos grindcore / crust / black metal, ou seja, a cabarezagem sonora é de baixar a pressão do cabra do começo ao fim. O vocal lembra algumas bandas de goregrind e tal, que junta aos riffs guitarrísticos venenosos, cordas grossas densas, bateria deliciosa de ouvir, o que resulta numa sonoridade catastroficamente foda. De coração e de amigo pra amigo, apaixonei pelo som e pelo nome cabrêro da banda, sem firulas, papo reto e bem medonho.
Do black metal místico ao grindcore que fala friamente das execuções cruéis do nosso cotidiano, a banda destaca-se por saber misturar estilos extremos sem perder unidade e principalmente a identidade. Destaco as cantigas "Círculo Negro de Necrófagos", "Execuções Sumárias" e "Marchantes do Rangel", foram as que mais agradaram aos meus enceirados ouvidos, mas o registro como um todo está muito bem gravado e mixado, timbragem ótima pra perder alguns pontos de audição, ou seja, tá bem massa o esquema. Amantes de música extrema e do nordeste, esta é banda, este é o som, ouça e espalhe!

Entrevista bacana com a banda no Hard Day Prod.
Página da banda: Caixão e Vela Preta

Ouça o EP logo abaixo:

3.12.13

Grindcore de Primeira & Gatos Pingados

Era sexta-feira, começo de noite com chuva marôta aqui na cidade e eu tinha que dividir meu tempo noturno em duas estadias, primeiramente iria cumprir com meus compromissos profissionais aperfeiçoando minhas habilidades num curso localizado bem nas entranhas das bimbocas crackeiras nas mediações da praça da bíblia. Depois disso minha missão era enfrentar o respingo médio que caía dos céus e ir pro Martim Cererê, templo do underground goiano que tinha voltado a funcionar depois de uns anos completamente abandonado. Tá, o lance é que a protagonista daquela noite de rock sem fama era a dupla paulista TEST, banda que já passara por aqui em duas ocasiões, tendo a histórica apresentação na porta da Hocus Pocus como destaque. Antes disso bati o ponto no porcón, pra degustar umas ampolas mais baratas antes de ficar embassando na porta do evento. O molha-gato não deu trégua e o jeito foi adentrar e proteger minha chapinha das gotas abençoadas por jeová. E o que eu vi logo de cara foi um Martim deserto, com os seguranças presentes quase competindo com o público, logo imaginei que em dia de chuva os roquistas-stáiles-goianienses socam-se em  algum bueiro da cidade e que quando a pracinha ao lado não possui nenhuma alma sebosa tocando viola e bebendo catuaba é sinal  de que o público preferiu não fazer o rolêt selvagem. Mas os presentes galanteavam a noite com suas vestes e peculiaridades, dando um requinte mais decadente para o evento.

No ambiente interno do evento logo localizei a banquinha clássica da Two Beers Or Not Two Beers e com uma prosa legal e namoros com alguns itens do catálogo do selo, peguei o EP mais recente da mossoroense Cätärro, coisa már linda do papai cheirar e que deixara este ser profundamente satisfeito com a aquisição feita. Também tinha merchan da TEST e da mineira Uganga que também iria bailar naquela noite, além de uns bolinhos (chamados de cupcakes) que fiquei um pouco receoso em comer, por conta da desconjuntura intestinal que aquela massinha decorada me causa. Fui pro mais óbvio, cerveja e goles em catuabas que alguns doidos tinham conseguido passar escondendo os carotinhos dentro de suas cuecas (fico imaginando eu como segurança e vendo aquele volume na calça dos raparigos, ou o maluco fazia ponta em filme pornô amador ou tinha adquirido uma caxumba lascada...). Papos pra lá de legais com o João & Barata (TEST), Marcão & Luiz (Ressonância Mórfica), Bruno (Tirei Zero) e com mais algumas figuras ilustres do lado b da cena faziam o tempo passar em ritmo desenfreado. Aliás, o louco do João sugeriu na roda um novo espaço dentro das resenhas dos rolêts, seria algo do naipe de "Como seria o show da banda que eu não vi", a negada riu que engasgou com a ideia. Com essa nova aba ficaria resolvido o problema de bandas que reivindicam espaço em resenhas, mesmo quando eu não vejo a apresentação das mesmas.

Entre uma ida rapidéx no wc masculino e uma reposição de lata, a apresentação dos mineiros do Uganga começara. Apresentação pesada e bem calcada no hardcore/thrashcore, diferente de um outro show que vi dos cabras naquele mesmo recinto, se não me engano em algum dia perdido do mês de março do ano de 2011 (#rensga!). A banda pareceu bem mais encorpada e técnica, merecendo aqui um bom destaque para o vocalista Manu Joker (que já foi baterista da lendária Sarcófago), que está com uma presença de palco massa e timbre de voz cabulosa. A banda estava divulgando o seu mais recente trampo, o disco ao vivo que é resultado da tour européia, intitulada "Eurocaos". 

A cabulosa Ressonância Mórfica ficara responsável por abrir o show dos paulistanos, e meu amigo, aqui digo, aqui escrevo: já vi algumas apresentações com outras formações, mas esta atual com o baixista Hemar (Spiritual Carnage) no time deixou o timbre sonoro muito mais agressivo. O vocalista Marcão com o passar dos anos parece que descobriu qual é a melhor casca de romã para o gargarejo, o cabra está simplesmente animal no gutural agudo e grosso, coisa lindona de presenciar em vida. A apresentação do quarteto foi uma mescla poderosa de grindcore e death metal, valendo também destacar a técnica apuradíssima do guitarrista Luiz e da responsa do Weyner na bateria. Minha expectativa era enorme pela apresentação dos bonitos, pois dias antes chegara em minhas sebosas mãos o tributo nacional ao Napalm Death, e a Ressonância pinta como um dos destaques da bolacha, portanto, minha expectativa era grande. Os cabras não me decepcionaram e depois do lindo concerto que presenciei, cheguei a conclusão de que a banda é atualmente a maior representante da música extrema na cidade, consequentemente sendo uma das melhores do país. Se você não conhece a banda, conheça, se nunca viu os cabras em ação, veja.

E eis que que a dupla mais cabreira do underground nacional começava a dilacerar suas cantigas rápidas e macabras em solos goianos, colocando no bolso aquela muntuêra de duplas da música popular daqui que surgem aos montes por essas bandas de cá. O fato é que observei algumas pessoas abismadas com o que viam, e em contrapartida tinha um segurança batendo mais cabeça do que os reis da catuaba, presentes ali na grade de proteção do teatro. Achei estranho o fato da banda ficar um pouco longe da galera, já que das outras vezes que os vi o calor humano fazia-se bem mais presente, mas isso não prejudicou o baile da dupla, já que a regulagem/timbragem do som estava perfeita. Este concerto que chocou alguns dos presentes me fez lembrar da vez em que o Are You God? tocou no bananada de 2008, apresentação épica que deixara a dita "goiânia rock city" com os cabelos do cu arrepiados. Falando mais do baile perfumado, é sempre bom ver o barata judiando da bichinha (bateria para os leigos) e presenciar o jeito peculiar do João no palco, ainda mais com aquelas fumaças que tomavam conta do palco (gelo seco+diambra+souza cruz) juntamente
com o jogo de luzes, em boa parte do show tendo a cor vermelha como destaque, deixando o clima bem mais denso, com leves toques da presença de exu no interior do teatro. Baita concerto jovial que deixara meu pescoço lascado no dia seguinte.

A organização esteve tranquila, tirando a lesura perdoável da garota que vendia as fichas no bar. Por fim, terminei o rolêt matando uma larica infernal no Smiley, muito satisfeito com os shows que vi e pelas amizades que reencontrei. Lembrando que neste mês de dezembro este blog completa 4 anos de cabarezagem, com muitas novidades por vir, ou seja, você vai ter que nos aturar por um tempinho ainda, #rizos.

Abaixo segue parte do show, em filmagem profissional.