30.12.16

Listinha Infame das Coisas Legais - 2016




Passada a farra inconsequente que foi essa minha participação no niver do raparigo de nazaré, chego nesse restim de dezembro pra soltar a segunda lista deste sítio. Vale lembrar que aqui não estão os melhores discos de tal gênero ou algo do tipo, o esquema é simples: eu gostei do disco e achei que este merecia algum destaque de minha parte por aqui. Sem rivalidade e sem oba oba, nesse ano que entra estaremos preguiçosos por aqui novamente e não dando a mínima pra nada. Obrigada. e dois mil e dezessete tem mais tosquisse.

Abaixo segue a listinha infame.
                                             
01.
Sabotage
Álbum: S/T
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Sobre: Disco póstumo do melhor rapper nacional de todos os tempos. Tem participação do Bnegrón, Sandrão, Negra Li, Rappin Hood, Dexter e outros. Produção de Dj Cia, Instituto e mais pedradas. A lenda vive em uma homenagem mais que digna. Pesado.

                                              
02.
Os Replicantes 
Álbum: Compacto 1985 7''

Sobre: A Nada Nada Discos juntamente com a Punch Drunk Discos resolveram lançar essa relíquia do punk nacional em formato sete polegadas. Hits como Nicotina e Surfista Calhorda constam na bolachinha e faz uma verdadeira viagem chapada ao ambiente roquista do punk oitentista. Obra prima.

                                            
03.
Mano Brown
Álbum: Boogie Naipe

Sobre: Esse disco eu já estava na expectativa, e como eu gosto da disco, soul, boogie e toda a sonoridade negra dos bailes dos anos 70 e 80, sou suspeito em dizer que o Brown mitou em seu álbum de estreia. Gangsta, dançante, romântico e com participações de peso, Boogie Naipe já pode ser considerado um divisor dentro do cenário do rap nacional e da música negra. Disco forte.

                                               
04.
Hurtmold & Paulo Santos
Álbum: Curado

Sobre: Os feras voltaram mais feras ainda com a colaboração de Paulo Santos (Uakti). Instrumental em alto nível, ampliando os horizontes da sonoridade experimental. Em Curado, a unidade entre os diversos timbres é de impressionar os ouvidos, e sem perceber o disco chega ao seu final de forma grandiosa, da mesma forma como começou.
                                        
05.
Bang Bang Babies 
Álbum: Let's Talk About Loss - K7

Sobre: A melhor banda de Goiânia lançou o melhor registro do ano por aqui (opinião minha). Garage rock, psicodelia, surf music e mais umas pitadas de genialidade dos integrantes, Let's Talk About Loss foi lançado em formato cassete pelo selo Pretexto de Vagabundo Edições. Obra prima do rock goiano.

                                           
06.
Renegades of Punk & Tuna
Álbum: Grão 7''

Sobre: Um épê sete polegadas que representa antes de mais nada o valor da amizade. De um lado Renegades of Punk e do outra a Tuna, duas das melhores bandas do punk melódico nacional. Em Grão os sentimentos e as sensações da vida são escutadas em cada acorde, ouvida em cada verso. Arrisco em dizer que este é o melhor lançamento deste nosso subterrâneo neste conturbado e tenebroso ano.

                                             
07.
Doom 
Álbum: Corrupt Fucking Brazil 

Sobre: Registro ao vivo da apresentação no Hangar 110 que virou fitinha cassete por culpa da Contra Boots. Aliás, fique ligado no bandcamps do selo, lá só tem doidice sonora boa em formato K7. A banda em questão dispensa mais coments, e a gravação tá fina.

                                         
08.
Damn Youth & Lei do Cão 
Álbum: S/T

Sobre: Duas das melhores bandas do nordeste se encontram num Split fulminante. Trash Metal/Crossover pra skatista quebrar a cara de nazi inútil. Mercyful Fate aperfeiçoaria nos seus agudos e o Destruction usaria balas de verdade em seus cintos.

                                           
09.
Oldscratch
Álbum: Padrões de Conserva

Sobre: Oldscrartch é Riot Grrrl diretamente de Maceió, e chegou sem pedir licença com o disco Padrões de Conserva. Levando a mensagem do feminismo através do hardcore/punk com pitadas de grunge, o disco questiona a forte influência do patriarcado no cotidiano feminino e a falta de autonomia do corpo da mulher. Discásso!

                                           
10.
3D
Álbum: S/T 7''

Sobre: Resgate é a definição desse registro, já que a 3D é uma pouco conhecida dentro do punk nacional. Esse sete polegadas é resultado de uma demo-tape gravada juntamente com a banda Cobaias. Mérito mais uma vez para a Nada Nada Discos e para a Punch Drunk Discos.

                                            
11.
Rakta 
Álbum: III

Sobre: Long Play lançado nesse derradeiro mês do ano, a Rakta continua impressionando com a sua sonoridade densa, confusa e inquietante. Alguns falam de punk, outros de post punk, eu acho que poderia encaixar num progressivo-psicodélico-experimental sem precedentes.


                                             
12.
Os Gatunos
Álbum: Os Gatunos Vão à Praia

Sobre: Os Gatunos são de Brasília e desafiam os rumos sonoros do independente. Em seu disco de estreia, Os Gatunos Vão à Praia, a banda explora a sonoridade clássica do surf music, com pitadas de carimbó e lambada, trazendo a cultura sonora do norte nos em seus acordes. Dançante, desafiador e moderno, o registro consegue se destacar em meio aos clichês do estilo. Discão Classe A.
                                             
13.
Prestige
Álbum: S/T

Sobre: A Propósito Records não cochila e também não deixa o cachimbo cair, e digo isso pelos seus lançamentos, voltados basicamente para o eletrônico experimental. Nessa leva, saiu a joia rara Prestige, de Guilherme Granado (Hurtmold/Againe/São Paulo Underground/Bodes e Elefantes) e Ricardo Pereira. Ouça e chape sem compromisso.
                                           
14.
Zeitgeist
Álbum: S/T
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Sobre: Punk/Hardcore em ritmo acelerado e volume no talo, essa é a maior definição que consigo transcrever sobre  o disco da Zeitgeist. Furioso e intenso do começo ao fim, com boas pitadas de stoner, a banda mostra a força do underground nordestino nesse excelente registro.

                                           
15.
Ornitorrincos
Álbum: Ladrones de Riffs 7''
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Sobre: Ornitorrincos é uma entidade do punk nacional e não uma banda. E nesse recente lançamento, estes bons seres fazem uma ode as suas bandas favoritas em 3 emocionantes cantigas. De Black Flag à Dead Kennedys, isso aqui é mais que um simples registro, é uma aula de punk/hardcore para os povos do submundo. E tenho dito.

                                           
16.
Violent Illusion
Álbum: Feio
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Sobre: Lançado no começo do ano pelo selo Pé de Macaco Discos, esse registro da Violent Illusion respira, come e vomita crossover/thrash. Headgangers de todos os cantos devem conhecer este som, que é paulada na nuca do começo ao fim.

                                           
17.
Seletores de Frequência
Álbum: S/T
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Sobre: A banda base do B Negão resolveu soltar um ep com quatro cantigas, e o resultado final disso é muito groove, balanço e chumbo grosso. Poderia ser um disco cheio, pra alegrar e dar mais corda para a minha chapação. Mas aí, tá responsa esse esquema e não nego. Passo a bola pra quem sabe jogar.

                                           
18.
Desalmado & Homicide
Álbum: In Grind We Trust
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Sobre: A Black Hole Productions conseguiu a façanha de unir a Desalmado e Homicide num split cabuloso e severamente agressivo. Grindcore no atacado e sem hesitações, aqui você encontra duas importantes bandas do cenário extremo nacional num registro primoroso. Um dos melhores lançamentos do ano.

                                           
19.
Señores
Álbum: Balões de Ar
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Sobre: Balões de Ar marca o retorno da banda Señores, que ficou num hiato de 9 anos sem lançar material. Conceitual, o disco possui 18 faixas que conta a história de uma sociedade do futuro que sofre com a falta de ar. Punk Rock clássico, o disco mostra a banda em alto nível e eleva o underground goiano.

                                           
20.
Chancho
Álbum: Faça Você Mesmo
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Sobre: Punk/Hardcore com pegada powerviolence, é que pode-se ouvir no registro Faça Você Mesmo da banda Chancho. A sonoridade é crua e a anti-música está presente do início ao fim, agradando ouvidos menos sensíveis. A proliferação de ideias libertárias é um ponto forte do disco, que leva o do it yourself como estilo de vida.

                                           
21.
ÀBrasa
Álbum: Verde
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Sobre: ÀBrasa lançou nesse final de ano o disco Verde, hardcore  melódico instrumental em alto nível. São oito faixas que mostram a identidade do conjunto. Inovador e coeso, essa é a melhor definição para a banda e para o disco, que firma a banda dentro do cenário underground.
                                           
22.
Takara & Brandão
Álbum: S/T
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Sobre: Rapaz, esse aqui é pra entortar a mente nesse terceiro mundo doido. O maluco do Mamelo com o frito do Takara, que resulta num disco de rap experimental que nenhuma malandragem teve contato até então. A amplitude sonora coligada com versos cortantes. Feito pra chapar.

                                           
23.
Cristo Bomba
Álbum: Billy
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Sobre: Cristo Bomba é uma das boas dessa nova safra do hardcore, e a banda chegou pesado esse ano com o ep Billy. Contando com um time de responsa na produção do disco, esse é um dos pontos altos dentro da esfera hardcore/punk/d-beat. Sonoridade poderosa.

                                           
24.
Lascados
Álbum: Chinese Lasquera
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Sobre: Hardcore/Thrash diretamente de Anápolis, o disco Os Chinese Lasquera destaca-se pelo humor das letras e pela boa gravação das cantigas. Banda nova da cena daqui do cerrado e que chegou com um bom registro nesse ano.

                                           
25.
Motor City Madness
Álbum: Gravediggers
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Sobre: O melhor do stoner/punk você encontra aqui. Motor City Madness é foda e o ep Gravediggers confirma isso. A mistura poderosa de estilos, junto com a força sonora que a banda repassa para os ouvidos une aventura e estética roquista. Baita disco de rock.

                                           
26.
Tumbero
Álbum: Traição
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Sobre: Este registro da Tumbero é uma verdadeira putrefação sonora. Do death metal ao crust, Traição expora o lado mais obscuro do underground em seis cantigas, com direito à versões de Extreme Noise Terror e Lobotomia.

                                           
27.
Ódio Cöncentradö
Álbum: Demo
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Sobre: Este duo chegou pesado com essa demo, explorando a rapidez do Powerviolence pra levantar a bandeira antifascista e falar sobre as mazelas sociais. Sonoridade suja e sem enrolação, do jeito que a gente gosta.
                                           
28.
Rusga & Scümclã
Álbum: Barulho Caseiro - K7
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Sobre: Esse Split K7 é uma ode à barulheira. Tem de tudo um pouco: grindcore. powerviolence, goregrind e coisas mais. A anti-música se faz presente a cada nota distorcida, a cada verso vociferado. Um ótimo lançamento do ano dentro do gênero.
                                           
29.
Thee Dirty Rats
Álbum: Traps and Mass Confusion
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Sobre: A Mandinga Records é ponta firme e não vacila em seus lançamentos. Digo isto por conta desse maravilhoso registro da banda Thee Dirty Rats. Garage Rock e New Wave feito com guitarra caseira e bateria ritmada. Um dos melhores discos que ouvi nesse ano e que fez esse corpinho agitar bastante em sofridos trajetos para o trabalho.                                      
30.
Paquetá & Mary O And The Pink Flamingos
Álbum: Egg Paranóia
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Sobre: Split que junta duas das bandas que mais ouvi nesse segundo semestre. Paquetá com o seu surf music psicodélico e a Mary O And The Pink Flamingos com o seu riot grrrl misturado com garage rock e rock 60's. A parada é ótima, vai por mim.


                                             
31.
N.T.E.
Álbum: Autonomia da Cidade

Sobre: Lançado pelo Selo Microfonia, Autonomia da Cidade é um disco essencialmente punk da banda N.T.E. (Nem Todos Esquecem). Em 20 faixas, o conjunto aborda a crueldade do cotidiano de uma capital nordestina. A sonoridade remete muito à bandas como Devotos do Ódio e Karne Krua. Ótimo registro pra galera punk delirar.

obs.: coisas legais ficaram de fora e ponto.

16.12.16

KL Jay, hostel podre e Descendents emocionando






Começo do mês de dezembro, décimo terceiro gritando em minhas sebosas mãos, consegui burlar o sistema, sacrifiquei dois dias de prisão (aka trampo) e eis que chegava a hora de ficar alguns dias de rolê pela capital cabulosa, mais conhecida como São Paulo. Meu primeiro drama era enfrentar o avião. Não é segredo para aqueles que convivem com a minha pessoa, já me caguei de verdade em voô, desmaiei, já fui parar em pronto socorro e mais algumas bizarrices causadas pelo medo infame da altura. Dessa vez passei ileso e com direito à um sanduba "artesanal" esquentado no microondas que empurrei pro bucho. 

Uma hora e pouco depois, pousei na loucura do aeroporto de Guarulhos e parti sentido mentrô Sumaré, pois nas imediações localizava-se o hostel que eu, minha espôuza e mais duas amizades doentias havia reservados semanas antes. A localização era tremenda, era como se a gente estivesse num Alphaville triplicado, a cada passo era uma thugz mansion mais louca que a outra. Vislumbrado com a imensidão da nobreza paulistana, conseguimos chegar no local de nossos aposentos, que de primeira ordem parecia tudo muito bonito, legal e interessante. Bom, deixamos nossas muambas, tóxicos e armas guardados em um dos quartos e começamos a nossa saga. 

Primeiramente (#foratemer) paramos numa lanchonete/boteco pra molhar a palavra e bater um rango. Nessa primeira broca, sapequei um pêéfizão presença que deixo este cabra que judia da pena um tanto cambaleado pelo bom consumo de carboidrato, ferro e proteína. Voltando pro hostel (Up White Black), a penitência naquele ambiente começara em ritmo de festa, pois tive que esperar por 5 horas pelo meu quarto (depois de ter feito o check-in) e ficar na recepção dividindo o sofá com dois cães, um muito dócil e o outro era a besta-fera canina. Adentrando no cômodo, percebi que o mesmo era um estúdio (isto!) improvisado de dormitório. Tá, era o primeiro dia e não reclamei da situação, fui tomar banho e o toalete estava completamente imundo, tive que pisar em ovos pra adentrar naquele cabaré de cego. Tá, o estresse passou rápido, já que mais tarde iria ter um rolê free na Fatiado Discos com a discotecagem do grande mestre KL Jay. O lugar era muito foda, troquei alguma ideia com o mestrão, tietei, tirei foto, chapei, gastei granas num brecho em frente, bebi mais num boteco mais a frente, comi esfihas no Habib's perto da estadia e voltamos andando. 

No dia seguinte, acordei com uma certa ansiedade e ressaca (claro!), pois era o dia da primeira apresentação do Descendents na cidade. Fui tomar café e não tinha, o pão era de forma e o acompanhamento era margarina e maionese. Não suportei aquela enganação e fui comer na rua, mais especificamente na Galeria do Rock. Mas antes, o mano do uber que era da zona leste perguntou se a gente conhecia a crackolândia, e pela resposta negativa ele sugeriu dar uma passada rápida por lá. Estação da Luz e imediações, o que eu vi foi a coisa mais horrorosa e absurda em minha vida e que me deixou horas pensante naquela situação lamentável. Era uma feira de zumbis, pra quem é de Goiânia, uma feira da marreta de nóias, tristeza e descaso com o ser humano. Ainda meio baqueado colei na galeria e fui primeiro na parte do Rap, ali visitei algumas loja e garimpei um B.T. Express e Con Funk Shon que me deixou um pouco mais alegre. Na parte de cima ranguei, comprei umas peitas e depois de um bom gasto de dinheiros, voltei pro hostel, pra dar um time e colar pro local do show. 
Depois de uma boa descansada e perceber que a cama estava com um dos pés quebrado, fomos pro rolê de metrô. Tudo muito fácil e sem nenhum risco, tirando apenas a dor miserável em minhas batatas da perna. Bebemos num bar universitário do lado, com uns sanduíches cabulosos e cerveja litrão em temperatura ideal. Pegamos uma filinha rápida, topei com o Pedro da Futuro, entrei no ambiente e logo subi pra área do camarote. Estava um pouco cansado do dia agitado, não consegui sacar as bandas de abertura e enfrentei uma fila chata pra comprar algumas bebidas. O local estava cheio e com o público bastante agitado, com uma ansiedade óbvia que também me afetava. Entre uma figura e outra do underground paulistano perambulando em minha frente, os Descendentes começavam os primeiros acordes de uma noite mágica. Everything Sucks foi a porta de entrada de um dia muito emocionante, num encontro bem legal entre a velha e nova geração do hardcore. Como eu estava mais de longe, enxerguei o Milo bastante corcunda e comentei isso com as pessoas que estavam curtindo a apresentação ali ao meu lado. Logo após algumas cantigas, percebi que na verdade era uma bagzinha que ele usa pra beber algum líquido, água provavelmente, pra conseguir segurar a onda de uma aceleração frenética das músicas. Basicamente o esquema foi uma boa mescla entre o Everything Sucks, Milo Goes To College e o mais recente trabalho da banda, o Hypercaffium Spazzinate. Fique bastante feliz e um tanto empolgado em ver os velhotes num pique de dar muita inveja, e pensei comigo, se meu avanço de idade for nessa dignidade maravilhosa, estarei bem satisfeito. Terminada a apresentação, e ainda empolgado e muito cansado, a única coisa que me restou foi voltar e enfrentar o terror conhecido pela graça de hostel. Pelo menos dormi bem.

No dia seguinte o combinado era fazer um rolê mais artes, e a primeira rota foi ir no Pacaembu e visitar o museu do futebol. Fui à pé mesmo e conhecendo mais lugares legais. Chegando lá, fui logo tirando o ingresso pra entrar no museu, e tudo foi muito incrível, desde a entrada com o emblema de diversos clubes, até a área que simula o ambiente da torcida em um jogo. A cada novidade era um arrepio: a narração de um gol do garotinho ou o depoimento da Soninha, os registros fotográficos da época aristocrática, homenagem à Chapecoense e as televisões mostrando todas as copas. Tinha uma interação com o jogo do totó, aliás, este totó que levei uma lapada de 5 a 0 do meu japa-amigo Thiaguim. Depois de algumas horas e bem feliz com o que eu tinha visto, do lado de fora estava rolando um food truck da Seara grátis, com três opções de rango. Comemos e partimos para o metrô Sumaré, numa saga infernal e cansativa, que me tirou um pouco do sério e que estourou o joelho pôdi do amigo japa. Depois dessa penitência que achei desnecessária, fomos pra Bienal pra sacar a grandiosidade do bagulho. Entre um grafite cabuloso do cobra e uma procura frustrante por comida pelas imediações, tive que me render à uma enganação de pastel assado com recheio de cenoura. Caro, mal recheado e sem tempero. Fui para o que interessa e lá fiquei chocado com a variedade das expressões artísticas, desde a colagem digital até um templo maravilhoso de orixás. Três andares de muita coisa foda do mundo inteiro, com bastante referência à ancestralidade, mas ainda restrito pra uma elite seleta. Terminado isto, fomos num breve rolê à Augusta, já que a chuva impediu isto, tentamos dar um rolê na paulista e a chuva também impediu, chuva que também fez com que não pudéssemos à uma apresentação da Nação Zumbi, que dias depois fiquei sabendo que foi cancelado por conta dessa mesma chuva. Ficamos comendo num shopping ali da paulista e depois colamos na Praça Roosevelt. Lá procuramos alguns bares, e fomos direto para o Papo, Pinga e Petisco. Lugar bem decorado, com som ambientado no jazz e blues, e que dizem ter sido o local da primeira apresentação da Elis Regina. Boa conversa e boa bebida, passada algumas horas pagamos o que devia e ficamos ali na calçada do bar sacando o movimento de skatistas e toda a nata jovial daquele lugar. Já muito cansado, voltei para o hostel, descansei pra voltar pra minha terra central querida. O saldo disso tudo? experiência das melhores que quero voltar a fazer sem muitas delongas, não recomendo o hostel pra nenhuma inimizade e passei a valorizar mais o ritmo calmo dessa minha Goiânia. Obrigada à todxs envolvidxs.