31.10.16

Zeitgeist - S/T (2016)


Pra falar de banda veloz é por aqui mesmo, e depois de umas turbulências de final de semana, eis que estou aqui pra relatar sobre este conjunto musical que descobri recentemente. A banda em questão é conhecida pela graça de Zeitgeist e é uma das  representantes do hardcore/punk de Aracaju/SE, terrinha da Renegades of Punk. Apesar da correria, consegui separar um tempo pra ouvir o novo trampo desse quarteto composto por David Dória (vocal e guitarrinha über alles), Aloysio Padilha (guitarra fuzis e capacetes), Paulo Bruno (baixão attitude) e Matheus Deka (bateria black flag), e digo aqui amizades, que discão bom da porra. O registro leva o título da própria banda e conta com 12 riffadas cantigas. De Black Flag à Cólera, as influências sonoras são muitas e podem ser notadas em cada acorde, desde "Homem de Bem" que fala de uma pessoa moldada nesse contexto de sociedade até a feroz "Palavras, golpes e risadas" que diz muito sobre gentes que espalham o discurso do ódio.
Bom, posso destacar também as excelentes "Today", "Compulsive" e "The mess" além da incrível arte de capa, assinada por Canijan Oliveira e que dá um ótimo destaque no campo das artes visuais voltado para o underground. No mais, eu recomendo que quem chegar a ler isto ouça em volume alto, indique para suas amizades e que possa comprar o material físico, pois o esquema tá impecável e é um dos pontos altos desse ano dentro do cenário hardcore/punk sujo. Obrigada.

ouça e baixe aqui:

28.10.16

A Ferramenta - Sementes (2016)




Quando este blog tava mais ativo nas postagens, recebi muito material aqui na sede da empreza, e um dos mais legais que chegou em minhas sebosas mãos foi da banda A Ferramenta (que acrescentou um "A" em seu nome ou que passou batido por mim na época) , um epêzinho sete polegadas que ouvi bastante. Passado os anos e vasculhando as coisas do Hominis Canidae, deparei-me com um novo registro da banda intitulado "Sementes" e resolvi ouvi o disco em questão pra ver de qual que era o naipe do bagulho. Tocando um hardcore/punk cru com alguns lances de stoner, o disco recheado com 9 faixas soa bem energético e visceral, seguindo uma linha mais oitentista do punk nacional. Destaques para as legais "Prelúdio - A Ferramenta", "Um Passo Adiante", "Los 43" e pra versão de "Quanto Vale a Liberdade", uma homenagem ao legado do mestre Redson e Cólera. Ao que parece, este registro será lançado em formato cd/k7/lp, naquele esquema DIY que já conhecemos, e vale citar que a arte do disco leva a assinatura de Nozomi Arisawa. Aqui está, mais uma banda massa do nosso esgoto sonoro que fortalece o subterrâneo sem alarde.


obs.: esse disco foi resenhado ambientado pelo som de Carlos Dafé


Ouça e baixe aqui:

24.10.16

Paquetá é uma verdadeira roda punk surfista


A verdade é que demorei um pouco pra falar da Paquetá, e nem foi por desinteresse, foi desleixo e esquecimento causado pelo consumo frequente de diambra (aka maconha). Lembro que em algum dia do ano de 2015 troquei uns emails com o Wender Zanon, baixista da banda (e que também dedilhou na Vida Torta, entre outras coisas), e este cabra apresentou este conjunto e que por muito vacilo deixei cair no esquecimento. Mas deu um estalo pesado nesses dias ociosos e voltei a apreciar o som destes bons, que representa o esgoto sonoro de Canoas/RS e que procurei saber que o nome dado ao conjunto tem ligação direta com uma praia de mesmo nome e que entre peculiaridades que vale citar aqui, no lugar praieiro vende cerveja barata, não tem onda e a água é poluída, bons atrativos para gentes punxs frequentar tal ambiente. Mas eu vou falar é do som, que é doido pra porra, coisa misturada de surf music, garage rock e velocidade punk, tipo um Mummies sulista com o The Jet Blacks depois de passar por uma session de droga barata e ouvir Raw Power dos Stooges. O complemento dessa doidice sonora é composta por Daniel Hogrefe (guitarra), Vinicius Dagger (guitarra) e Bruno Fogaça (bateria), e como eu gosto de musica praieira com toques de sujeira, o grupo musical me pegou tipo aviãozim-passador na porta da escola, ainda mais depois que ouvi o mais recente single, que tem o maravilhoso título "Eu não tenho controle sobre minhas atitudes" e que mostra uma evolução considerável das primeiras gravações. E fuçando o bandcamp dos ditos, acheio uma gravação-live na praia que é um split com a banda Mary O and The Pink Flamingos, que eu não conhecia e fiquei impressionado com a agressividade suja das cantigas, uma espécie de Riot Grrrl Surf pra Kathleen Hanna chapar por horas. 
Bom, acho que falei muito e agora deixo pra quem tiver coragem de ler isto, a audição da Paquetá e também da Mary O and The Pink Flamingos, maravilhas sonoras pro despertar de um novo amanhã (rizos).

Ouça Paquetá aqui:



Ouça Mary O and The Pink Flamingos aqui:


22.10.16

Remiso - Demo (2015)


Desde 2009, quando dei início a essa doidice conhecida como blog, dei prioridade para os sons nacionais diretamente ligado ao punk/hardcore. De lá pra cá sempre questionei se rolava um espaço para bandas gringas, e então resolvi colocar algumas bandas com integrantes brasileiros. Confesso que desde então postei apenas duas bandas, a Sewer Trench e Mindcollapse. E agora volto pra falar da Remiso, um power trio da Suécia que tiram um Crossover/Metal Punk feroz e velos. Formada por um chileno (Patricio Vergara nas guitarras), um sueco (Klas Sandström na bateria e backing vocals) e um brasileiro (Wallington Tavares no baixo e vocal), sua letras são todas em português e os cabras soltaram uma demo em 2015 que vem com 8 cantigas, chegando numa sonoridade que sofre forte influência do punk paulista dos anos 80, além de bandas como English Dogs, Sepultura, Voivod, Driller Killer, Social Chaos. A babilônia sonora do esgoto sonoro, representando parte desse subterrâneo mundial. Banda foda!

ouça e baixe aqui:

16.10.16

Montana & Ornitorrincos - Split 12''(2016)



Ornitorrincos é uma das melhores coisas de ouvir nesse mundão tosco, e melhor ainda quando divide um registro com banda igualmente boa. É o caso do Split que saiu em abril desse ano e que conta com participação da Montana, oriunda de Fano/Pesaro (Itália), punk rock melodioso que tem a mesma pegada dos sulistas queridos. O disco, que saiu em 12 polegadas pelos selos Crapoulet
Records, Annoying Records e No Glory Records conta com 4 cantigas para cada conjunto. Do lado italiano rola uma versão de Cervello (I Fichissimi), mais dançante que a original. Já do lado porto alegrense da coisa, o punk-melo-portunhol já conhecido chega desconcertante com Daniel Villaverde e sua ganguinha punk. Lá no finalzim da bolacha rola uma versão para Inverno (Scream Noise), e posso dizer que é uma das 7 maravilhas do submundo sonoro de ouvir. Sei lá, a banda é muito massa, os caras são gentes boas até umas horas e é por isso e mais fatores que recomendo que você conheça a Ornitorrincos, veja alguma apresentação e ouça algum material físico. Ah, antes de terminar, vale citar que a linda capa do disco é de autoria de Elvira Pagliuca. Registro foda!!!

Ouça aqui:

12.10.16

Molotov Conspiracy - Country Pit (2016)


Rock veloz com qualidade e originalidade é sempre bom de ouvir e melhor ainda quando pode ser compartilhado nesse submundo sonoro. Aqui no blog eu sempre tento ouvir e divulgar o que não é comum de visualizar em outros meios de divulgação do underground. Dessa vez chego apresentando a banda Molotov Conspiracy, hardcore feroz vindo diretamente de Piranguinho/MG. Com uma boa mistura de hardcore, surf music e thrashcore, estes bons cabras chegaram pesado com o disquinho chamado "Country Pit", uma ode ao skate e um foda-se aos padrões da doutrina. A parada conta com 7 cantigas, todas em inglês e que entre outras coisas falam do sentimento de ódio a escola e a liberdade como religião. Destaque para as incríveis "Freedom is My Religion" e "Wet n Wild Skinny Chicks" e pra toda a concepção do registro, que sem medo de errar digo que este é uma das ótimas novidades do nosso underground nesse ano. Vale citar que o disco foi lançado pela Noise Discos e se você interessar pela sonoridade, entre em contato, adquira uma cópia e assim a rede podre do clandestino continuará respirando. Paulada boa de ouvir num feriado santo desse.

Ouça/baixe aqui:

6.10.16

Vamos falar um pouco de Damn Youth




Mudando um pouco o rumo da escrita sobre discos, a rasura dessa vez chega pesado pra falar da Damn Youth. Conheci a banda através do Fernando JFL (Cätärro, Deus Verme...) com o belo registro "Skate in Hell" e desde então a paixão pelo headbanger verdadeiro aflorou e renovou minha pobre alma sebosa. Os cabras são de Caucaia/CE e representam com muita força o esgoto do subterrâneo sonoro daquele lado bom do nordeste. 

Nesse triste ano em que a crocodilagem e a alienação comem solta e ganham cada vez mais um assustador espaço, esses doidos chegaram com lançamentos pra abalar o sistema nervoso e sanguíneo de gentes dispensáveis. Primeiro foi o Split com a Lei do Cão e que deixou este que aqui escreve com bons problemas auditivos, de tanto ouvir em volume alto dentro de ônibus lotado.  O Skate-Banger dos cearenses é de deixar queixo deslocado em apenas 3 faixas, com direito a versão cabulosa de Vio-lence.


E dias atrás ouvi algumas músicas do novo trampo da banda, o EP "No Mercy to Nazi Sympathy"uma resposta clara e agressiva contra essa nova onda nazi que tenta propagar por todos os lados. 



O lançamento é uma ode ao circle pit (que poderia ser mais igualitário e sem sexismo) e ao verdadeiro thrash-maloca que caminha contra as tradições da família.


A versão da clássica "Nazi Punks Fuck Off" do Dead Kennedys é algo maravilhoso de ouvir, e presenciar isto em uma apresentação desses desajustados deve ser algo surreal de doido. É por essas e outras que boa parte das bandas rápidas que gosto são do nordeste, o pessoal de lá tem uma maestria podre que difere das demais regiões e deixa a coisa toda muito mais legal. Com certeza os japas do Rose Rose aprovaria essa agrassividade sonora do Damn Youth.



Portanto, se tiver de bobeira na net, curta a página da banda, conheça mais sobre o underground nordestino e propague da pior forma pra que mais pessoas entortem suas vidas. Banda foda pra caralho!

4.10.16

Relançamento do primeiro compacto d'Os Replicantes e da primeira gravação da 3D





E a Nada Nada Discos não cansa de proporcionar coisas belas para xs punx deste esgoto sonoro. Dessa vez em parceria com a Punch Drunk Discos (do amigo e linda pessoa Daniel Villaverde), o resgate  fica por conta das bandas Os Replicantes e 3D, duas da mais importantes do cenário punk porto alegrense. E a ótima é que vai ter o um novo lançamento do primeiro compacto d'Os Replicantes e da primeira gravação da 3D, tudo isto em vinil, além do box-delícia-limitado (compacto, fita cassete, botton, poster silkado...) já famoséx das gentes que gosta de colecionar raridades desses tempos modernos. Pra deixar bem registrado esse marco na história da música selvagem, no próximo dia 8 (sábado-presença) no Comedoria do Sesc Pompeia acontecem os shows destes relançamentos, as 21 horas. Motivos não faltam pra acontecer mais uma união entre punks do brasil por uma nobre e poderosa causa.

Os Replicantes está entre as mais importantes bandas do cenário punk nacional, e o referido compacto a ser relançado é um dos artigos mais disputados entre os colecionadores de vinil, já a 3D é uma banda mais obscura e o sete polegadas que está sendo lançado é de uma gravação que saiu em k7 ao lado da banda Cobaias.

Pra ouvir as duas bandas, os sons estão logo abaixo: