23.6.20

Korvak - S/T (2019)


Dia tal da quarentena, juízo sem rumo, caos instalado neste país e o avanço dessa tempestade fascista me obriga a beber, escrever e ouvir paulada sonora. Pois bem, desta vez chego pra dixavar um pouco sobre a banda Korvak, que conheci há pouco tempo e que ganhou rapidamente o coração desse tosco que divaga neste podre espaço virtual já há algum tempo.

A banda, que é de Campina Grande-PB, lançou o seu primeiro debut no final do ano passado. Formado pelo power trio André Brito (guitarra/baixo/vocal), Gabriel Pontes (guitarra/baixo) e Cláudio Montevérdi (bateria/percussão), os cabras bebem da fonte do thrash 80's, e quando aperta o play pra escutar o disco a sensação é que os cabras sugaram as melhores influências de conjuntos como Exodus, Destruction, Possessed, Death e afins e conseguiram sintetizar tudo em um álbum incrível.

Original à sua maneira, com linhas de riffs que se destacam ao longo das faixas e com uma boa influência de death metal, o reverb que sai do microfone, dá aquela sensação gostosa de que foi gravado em tubulação de rede de esgoto. Chama a atenção pela referência à sonoridade caraterística das bandas daquela fase de ouro. 
 e todo o contexto headbanger.
Contendo nove músicas e que chegam a quase 50 minutos de speed, thrash old school e interlúdio/intro que deixariam o Testament de queixo dormente, destaco as faixas "Pandemonium", "Mind Malefactor", "Empty Soul" e "The HydroCyclone: No.1 - Apex, No.2 - Vortex" que tem 11 minutos de aulinha de transições e performance. 

Vale lembrar que os temas abordado pela banda passam pelo ocultismo, distúrbios mentais e a decadência da sociedade nos dias atuais. Baita banda e grande registro pro metal nacional. Ouça aí!

Ouça aqui:

3.6.20

Conflito - S/T (2019)

Desenferrujando aos poucos os dedos que teclam o notebook abandonado no canto do quarto, retorno em meio ao caos social isolado. Bom, entre a frustração dos noticiários que me tiram o sono e da esperança de me apoiar entre os meus, mostro-lhes o que mais tenho gostado de ouvir enquanto tomo um sol ardente ou quando preparo o café que vem acompanhado de tapioca gratinada na manteiga.

Conflito é a banda e é o som, formada nos primeiros meses do ano passado, o conjunto de música é oriunda de Porto Alegre e conta com integrantes e ex-integrantes de bandinhas maravilhas como The Completers, Paquetá, Ornitorrincos e Fiasco. Com doze cantigas, o registro de estreia da banda foi lançado em novembro passado e os ensinamentos de Stiff Little Fingers, Undertones e Buzzcocks fizeram que esta quatro almas benditas passagem na lição dos acordes, melodias e refrões chicletes. 

Abordando situações do cotidiano, questões sociais e conflitos pessoais internos, quem atrever-se a ouvir irá deparar-se com a sonoridade punk que remete ao prazer de estar junto com boas amizades e celebrar valores que andavam perdidos na atmosfera da vida corrida.

O disco todo é viciante, mas destaco "Resolvi Ficar", um encontro do primeiro Ramones com o The Clash e falando do comodismo, amor e angústia de permanecer em lugares que nos fazem bem e mal ao mesmo tempo. Foi a impressão que tive e que me identifiquei neste atual momento.
Formado por Daniel Villaverde nas melodias vocais (um beijo no coração meu querido), Wender Zanon nas cordas grossas, Julia T. nas cordas finas e incríveis riffs e Jonas A. na percussão do ritmo acelerado, esses maravilhosos é que fazem o sons de conflito, da Conflito. Só ouça.

ouça aqui: