4.2.11

O dia em que satanás arregou.

Domingo é dia de família, certo? Errado! Domingo é dia de satanás se retirar de seus aposentos e ceder seu espaço para um pessoal podre e sujo. É assim que uma pequena parte dos goianienses se divertem já há alguns meses nessa linda cidade. Não entendeu porra nenhuma? Pois bem, no final desse post talvez você entenderá o sentido dessa breve introdução.
Então cambada, estava eu me recuperando da fuleragem toda que tinha sido o 3º Terror Fest(evento que comemorou os 12 anos da banda Terror Revolucionário), só na base do suco de melancia, água gelada, doces e demais iguarias boas para curar uma ressaca infinita. Quando eu já estava me sentido recuperado e pronto para outro fuá, recebi as ordens de Bacural de que já estava na hora de descer para o Old Stúdio, local onde ocorreria a 2ª edição do Punx Not Profits. Na companhia de Elaine e Ruivo(Abuso Sonoro e afins...) passamos antes no "elefante branco elitista" Oscar Niemeyer para uma seção de fotos e tal. Feito os registros, partimos para o local do baile, que fica na mesma rua do Cine Santa Maria, famoso local de ambiente bem familiar da cidade. Chegando no local, já conseguia ver o quão belo seria aquele domingo: pessoas bonitas, bem vestidas, bebidas de marcas nobres sendo exibidas com certa ostentação na mão de alguns elementos que perambulavam na porta do recinto e tal. O calor do lado de fora estava insuportável e por um segundo quase que voltei para o conforto de meu lar. Resisti. Logo na entrada topei com um dos organizadores daquela festa, Júlio(baterista das bandas Tirei Zero, Ímpeto, WCM e atual sósia do Marcelo Camelo.) que por conta de uma paixão incontrolável pela música brega, se viu dançando com algumas moças de meia idade em um espaço que no passado fora o point da galera hardcore/punk da cidade, o saudoso Cantoria. Por conta dessa aventura passageira, o jovial levara uma leve facada na parte inferior do bucho, fazendo-o ficar de molho por alguns meses. Vale ressaltar que no meio underground a notícia ventilada foi de que a causa das férias forçadas teria sido provocada por uma provável apendicite. Voltando ao evento, se lá fora o calor estava insuportável, dentro do recinto parecia que minha pessoa estava em uma sauna exclusiva para garis. Era uma mistura inconfudível de perfume da Abelha Rainha, desodorante Avanço e odores oriundos das axilas e tênis dos bacharéis ali presentes.
Logo vi que tinha perdido a apresentação da banda punk local Vítimas da Injustiça, enfim, perdi. Entre umas olhadas(e babadas...) nos materiais expostos para venda, conversas por vezes produtivas e por hora inúteis, fui assistir a apresentação dos candangos do Subterror. E digo mano, dessa vez macumba nenhuma zicou minha nobre presença para ver os meninos de ouro de Brasília mostrarem seus talentos para os toscos que estavam presentes. E a impressão deixada foi de que falta muito pouco para que esses jovens artistas conquistem feitos louváveis do naipe de tocarem no disputado "show de talentos" do ícone Raul Gil. Gostei do que vi, do calor não, pois a cada minuto que se passava, a coisa piorava. Pessoas saíam ensopadas de dentro do estúdio, parecendo que tinham acabado de sair de uma batalha(e na verdade, tinham...).
Entre uma respiradinha do lado de fora do ambiente, umas latinhas de cerveja para aliviar a sede e umas conversas safadas com algumas raparigas que se situavam na Anhaguera, os elegantes do Death From Above se preparavam para destilar o seu "d-beat maniac" naquela tarde/noite agradável e quente. A expectativa era boa para o concerto, primeiro porque eu gosto da banda e segundo porque os bonitos iriam apresentar cantigas novas e desconhecidas do grande público que os admiram. E o show foi de tirar o fôlego, tipo corrida com o Bolt, tá ligado, fato igual eu só presenciei na apresentação histórica do Pepe Moreno no Maria Maria, em que o protagonista fez um show de 6 horas e que o público todo saiu com as virilhas completamente assadas. Glauco e companhia fizeram uma apresentação impecável, uma das melhores que já vi. Bonito.
Pois bem, naquela altura minha satisfação era plena, partidas de sinuca hilárias, amigos(as), vagabundagem, chapação e mais alguma coisa que esqueci aqui agora. Mas ainda tinha a apresentação dos paulistas do DEFY. No dia anterior eu pegara uma lindíssima apresentação dos caras no Círculo Operário do Cruzeiro Velho, então, minha espectativa era das melhores para o concerto dos lindos e para o comportamento já conhecido do educado público de Goiânia. E digo, meu jovem, que apresentação brutal, crust vomitado ao extremo por aqueles indíviduos que pareciam que tinham fugido do inferno e se refugiado naquele pequeno espaço. E o público? Se comportou de forma digna, com repertórios que iam desde voadoras até rodas mal sincronizadas e incrivelmente rápidas. Confesso que tentei adentrar naquele fuá, mas após um soco na mandíbula e duas cotoveladas nas costelas, entendi o recado e fiquei só na porta, socando a parede, balançando a cabeça e batendo os pés no chão. É..., cada um se diverte com o espaço que te limitam, e assim eu fiz.
No final da batalha pude perceber que todos ali estavam felizes com o que tinham presenciados, alguns extasiados, outros bem machucados e a certeza de que satanás naquela tarde/noite tinha se retirado e pedido arrego de seu querido lar para que pudesse ser invadido por uma centena de "zeros à esquerda" do sistema, pois naquele domingo, o inferno tinha local e nome, Old Stúdio, Punx Not Profits. E que venham mais destes.
Fiquem com deus, meus amados!

Obs.: Se eu inverti a ordem da apresentação de alguma banda, desconsidere(ou não...), a bebida, entre outras coisas, causa isso, o lapso.


Fotos por: Old Stúdio

Vídeo da banda Death From Above no evento "Punx Not Profits 2"


2 comentários:

Anônimo disse...

heheh, ótima cobertura, calor humano é isso.

Licor de Chorume disse...

hehehe, valheu

abraço