18.5.18

delírios e surpresas de um sábado ternura







O meu sábado tinha começado como toda a semana do Bananada, de ressaca e já planejando no whatsapp as ações de marketing pessoal do dia. O itinerário apontava pra um show na porta da Hocus Pocus e apresentações de Rincon Sapiência e Pablo Vittar. Tomei um banho, vi o doc Gimme Danger que mostra a história dos Stooges, descansei mais um bocado e fui em rumo ao centro da cidade. Chegando lá fui informado que o samba-esquenta-noise seria num bar que localiza-se num beco meio treta. Chegando lá, os infames de meus amigos me informaram que já iriam pro local da apresentação, fazendo este aqui gastar um pouco mais da sola do pisante. Bom, fui direto pra porta da Hocus Pocus e chegando lá notei que nada estava montado e que um certo atraso ocorreria. Como eu não estava com pressa, esperei pelas imediações consumido algumas ampolas de cerveja. Aos poucos os equipamentos chegavam e o público aumentava de acordo com o avançar das horas. Conversas e mais conversas, ganhei um vinil de Frankito Lopes (o índio apaixonado) das mãos de meu querido irmão, fiquei feliz pelo bom agrado e aquilo foi uma espécie de abrem os caminhos para o que me esperava naquela tarde/noite/madrugada.

O Frieza (ou Friêra para os íntimos) estava já preparado pra começar o ritual inverso da música sem padrões. Posso dizer que a apresentação foi intensa e densa como as outras que já tinha presenciado, com carros, ônibus, motocas e pedestres passando na porta do esquema, em que praticamente todos reparavam com olhares espantosos, observando aquela ruma de gente podre, feia e vestida de preto. Ao final do concerto, parte do público demonstrava claramente a sua satisfação nos olhares e sorrisos, juntamente com a presença ilustre do molecote Psica, figurinha clássica dos rolês da Hocus Pocus. Outra coisa legal que acontece nas apresentações do Frieza é a encenação teatral do Júlio (batera) ao final dos shows, em que o cabra simula uma vertigem, um extremo cansaço e ameaças de desmaio por conta da extrema intensidade do bagulho, quem já viu e não saca do esquema-projac do raparigo tenta até ligar pro Samu ou Bombeiros. Enfim, mais uma apresentação cabulosa do trio, que cada vez mais fixa a cruz invertida na cena do metal extremo deste país.

Depois disso era a vez do Deaf Kids mostrar o seu set noise-seduction. A noite chegava e o clima ficava melhor, na medida em que cada ampola secava em questão de minutos. Com uma apresentação cheia de efeitos, reverbs, fritações e descompasso, faltou só uma feasta de doce pra psicodelia ficar completa e derretida naquela noite boa de sábado.  Ao fim da viagem anti-sonora, ganhei algumas cervejas que estavam alojadas num sacão preto de lixo, fui abordado por uma dupla de joviais que que vieram agradecer a existência do blog e pela destruição que meus escritos fizeram em suas vidas. Agradeci, peguei o contatos dos cabras e depois fomos pro segundo tempo do samba-esquenta-noise, dessa vez la no Bar da Cida. De lá fui direto pro Bananada e foi aí que as surpresas surgiram de todas as formas.

Encontrando muita gente que não via por anos, dei uma passada no stand da Farm pra cumprimentar amigas e ver os looks que estavam bombando nessa estação. Gostei de um jaco, mas não do preço. Carreguei a pulseirinha da alegria e foi iniciada a farra dos 3 chopps por 20 golpes. Naquele dia em específico estava rolando chopp IPA nessa promo, talvez por conta da grande desorganização que aconteceu na sexta. Essa foi uma das surpresas que tive naquela noite fria e movimentada. Com muita expectativa pra ver o Rincon Sapiência e nenhuma pra sacar a Pablo Vittar, fiquei completamente extasiado com o show do Manicongo e pra minha grata surpresa, a Pablo fez uma apresentação impecável que colocou este aqui que escreve pra dançar muito. Bom, as outras supresas da noite ficam na bolinha de meia, pois assim que é. Voltei pra casa e no outro dia saí com mamãe pra comemorar o dia das mães, coisa que eu não fazia por anos. Vou reclamar de quê, tenho só que agradecer aos envolvidos, as amizades sinceras e que esse rolê quase infinito teve muitas histórias e o que resta agora é só a saudade disso tudo. Ganhei uma gripe nisso aí também, pois nada é perfeito nessa vida. Valeu mundão!


Obs.: essse texto foi escrito ao som do disco New Values do pai de todos, Iggy Pop

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