30.11.16

Um ano de resistência e rua



O Ocupem as Ruas (que tá fazendo 1 ano de resistência) é o rolê mais firmeza do underground goianiense, e isso não sou só eu que falo, é o povo podre e desajustadx que frequenta o evento que diz isso nas redes sociables, nas ruas e nos bares. Tinha algum tempo que eu estava ausente desse tipo de evento, e retornei depois de um dia chapando em família. Mais cedo eu li um boato de que o Boogarins tocaria como banda surpresa e isso atiçou a minha vontade, mas sabendo de meu compromisso parentesco, tratei de não criar expectativas acerca dessa clássica apresentação. Pra quem é de fora ou é daqui e não saca como funciona o esquema, o Ocupem as Ruas rola na street mesmo, quase sempre na calçada do Grande Hotel, ponto clássico do centro de Goiânia, e o Boogarins é a banda mais cultuada dentro do alternativo gourmet, mas que também consegue conversar com manifestações mais agressivas da contracultura.
Dada a breve explicação e encerrada a minha participação familiar que é um pouco fadigante, parti de Über (alles) pro epicentro do ritual, e chegando lá, pude notar um bom número de pessoas, algumas conhecidas e a maioria não. A bibida consumida horas antes me fez ficar um tanto alterado, mas bem consciente de tudo que estava ao meu redor. Ambulantes vendendo cerveza, amizades comercializando coxinhas (que esqueci de comer), bolinho de torcida organizada querendo treta do outro lado rua, e nessa doidice toda o ambiente estava criado.
Rodei em algumas bandas e consegui chegar na hora da Red Zone, perdendo as apresentações das bandas Peste, Boogarins, Baba de Sheeva e Evil Corpse. A Red Zones mistura hardcore com metal e a apresentação, no interior do Grande Hotel, foi interessante e colocando alguns joviais na roda suada. Saí pra tomar um bom refresco, bater uma perninha e levar uma prosa com as pessoas.
Nesse meio tempo fechei uns projetos legais, ganhei adesivos e bons zines (A Mosh....). mMe preparei com mais uma latinha prta sacar a apresentação da WxCxM, banda de hardcore clássica e que estava desfalcada de seu lindo baterista Júlio (que bailava em sp no Kool Metal Fest com o Possuído Pelo Cão) e que foi substituído pelo nobre Urbano, cabra oito braços do hardcore/metal goianiense. O baile foi insano como sempre, e eu que fiquei bem do lado das caixas, notei que tinha um "novo" guitarrista bastante performático e conversando com a minha pessoa. Depois do bang fui perguntar pro Slake quem era o cabra, o mesmo me disse que aquele raparigo era um performer doido do jipe que falava pro povo que que era da banda da Insetu's (Insetu's é uma produtora underground daqui, rizos). Após muita gaitada com a história, bebi mais umas latinhas, troquei mais algumas ideias e parti pro rumo de meu lar.
O saldo final disso tudo foi o reencontro com o som veloz e sem encaixe, presenciar um evento feito em homenagem ao Guilherme Irish e contra os golpes desse governo pilantra, além de ver uma renovação de público, fortalecimento das produções DIY e a resistência das manifestações contraculturais. Curti pra caralho o rolê!



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