17.5.21

Chancho - Nu e Cru (2020)


Comemorando 10 anos de resistência, a banda Chancho lançou o disco "Nu e Cru" em dezembro de 2020. Oriunda de Natal/RN, o álbum segue a linha do punk/hardcore/grindcore, rápido, curto e direto, destilando agressividade em 15 cantigas. Quarto álbum do grupo, o disco que tem a capa assinada por Wendell Nark aborda temas como autoestima do negro, críticas ao desgoverno atual, veganismo e cristianismo. Pra você que está atrás de um barulho consciente, que deixa a família de "bem" perplecta ao ouvir, esse é o disco. Gutural, guitarra-arame-farpado e bateria-britadeira-de-obra, o registro pode ser escutado no Bandcamp da banda, com o link disponível logo abaixo.

13.4.21

Merda - Minha Linda Coleção de Ep's do Conjunto de Música Jovem Merda - Vol 2 (2021)





 O Merda está de volta em sua melhor forma, mais tosco e rápido impossível. A banda, ou conjunto musical, ou grupo, ou o que você definir com a sua infame mente infértil, faz parte do imaginário de qualquer jovial que aprendeu o pior que a vida proporciona através das letras desses delinquentes de Vila Velha.

Em "Minha Linda Coleção de Ep's do Conjunto de Música Jovem Merda - Vol 2" é possível ouvir cantigas de grande sucesso e que deixaram a sociedade de bem perplectas com os conteúdos letrais. Serestas como "Maradona" e "Eu Vou Cagar Em Cima de Você" são bons exemplos do que recito aqui. E além disso, conta com 4 pisêiros inéditos, bom pra farrear no cangote de quem ama (quando toldos estiverem com a vacina buzinada no braço, vale lembrar!). 

Capa linda de Carlos Dias, o Merda taí, cheira, ou melhor, ouve quem quer. E vai por mim, tá bom pra caralho de ouvir os clássicos misturadas com as cantigas novas, pra moscaiada pogar em volta do estrume junto com as varejeiras. Só ôve!



29.3.21

This Is Canoas, not POA! - Documentário (2021)

 


Fim de semana morreu, nele assisti o filme Judas e o Messias Negro que aborda a história de Fred Hampton e dos Panteras Negras, indico o movie, e nessa pegada peguei rabêra nas produções audiovisuais e coloquei o doc This Is Canoa, not POA! pra rodar na tv com a ajuda daquele aparelhinho chromecast. Duas coisas me levaram a prestigiar esse recorte da cena roquista/independente de uma cidade da região sul do país: a primeira foi o fato de minha companheira ter parte de sua família em Canoas e sempre contar histórias da cidade e a segunda foi a sagacidade em saber mais sobre a cena underground de outra cidade. 

Dirigido pelo amigo virtual Wender Zanon,  figura bastante conhecida da cena de lá, o cabra é da área do audiovisual, além de ser tocador de cordas grossas dos conjuntos musicais Paquetá e Conflito. Com a sagacidade de colocar em película histórias ouvidas e vividas, o doc é uma viagem pela cena cultural independente de uma cidade, apresentando recortes da sede de uma galera de consumir rock, produzir e fazer rock, independente das limitações de acessibilidades e coisa e tal. 

Anos 80 e anos 90, talvez seja a mesma coisa em tudo que é canto e beco desse país, e aqui no doc não é diferente, me deu a exata noção (mais uma vez!) daquilo que é feito pela jovialidade de cada época e região, a energia de colocar toda a efervescência, se conecta sem ter contato, é a tal da magia do Faça Você Mesmo ou Morra. 

Casas, bandas, shows, lojas de discos, tudo que qualquer lugar com mais de 3 quarteirões e viatura pra reprimir vai sentir necessidade de ter pra um certo grupo serem mal vistos, mal falados e demonizados. O resto é história e This Is Canoa, not POA! retrata isso de maneira muito genial. Sinceridade e amor pela parada, me deu um gás pra colocar algumas ideias que estão arquivadas em prática. 

Muito obrigado por esse documento visual muito importante para o subterrâneo sonoro seguir firme, indico e agradeço. Sentimento aflorado, sem conhecer quase nada abordado aqui, mas é como se fosse meus amigos, minhas amigas, senti perto daqueles que me colocaram na vida torta. Valeu mesmo aos envolvidos e envolvidas no esquema. 



Canoas é considerada por muitos, especialmente para os não canoenses, como uma cidade dormitório. Cidades de regiões metropolitanas normalmente são rotuladas assim por causa dos trabalhadores que se deslocam diariamente para a capital. Nesse ir e vir, muitas vezes, ideias são pensadas e a criatividade aflora. Creio que isso é uma das razões por essas cidades terem sempre uma cena cultural efervescente. O Documentário "This is Canoas, Not POA" deixa isso bem claro: Canoas tem muito a mostrar no que diz respeito a uma cena musical independente, plural, criativa, e o mais importante, unida. Bandas, casas noturnas, estúdios, produtores e lojas de discos. Tudo que uma cena musical necessita para ser formada está muito bem documentado aqui. 
Sinopse por Daniel Villaverde, pesquisador musical, radialista e produtor cultural. Assista e faça sua própria cena, monte sua própria banda! Ficha técnica:  Direção, produção, roteiro e pesquisa: Wender Zanon  Produção executiva e Co-autoria: Roger Neres  Direção de fotografia e câmera: Renato Chama  Assistente de câmera e captação de som: Izza Balbinot  Montagem e finalização: Pedro Rheinheimer  Direção de arte: Daniel Hogrefe   Mixagem e masterização: Jonas Dalacorte Suporte de pesquisa: Gabriela Garcia  Documentário independente, 2021. Apoio: Sesc Canoas Financiamento: Lei Aldir Blanc e Prefeitura de Canoas
Produção realizada com recursos do Governo Federal através da lei nº 14.017/2020, administrados pela Prefeitura de Canoas, que dispõe de ações emergenciais destinadas ao setor cultural objetivando minimizar o impacto causado pela pandemia por coronavírus.


23.3.21

Sangue Preto - Nossa Luta Contra o Racismo - V/A (2020)


E aí galera, vocês que ainda passeiam por este tosco espaço, que vira e mexe resiste em existir, já que eles combinaram de nos matar, mas a gente combinamos de não morrer, como escreveu a gigante Conceição Evaristo. Pois bem, sigo aqui tentando lidar com as péssimas notícias diárias que o nosso país nos apresenta, e a arte está sendo um dos poucos alívios pro psicológico abalado. A música e a escrita como desabafo, terapia, denúncia e momentos de diversão (se é possível), e tentando seguir sem perder o juízo apresento aqui um baita projeto que saiu em agosto passado, uma coletânea chamada "Sangue Preto - Nossa Luta Contra o Racismo". Me deparei com o projeto no final do ano passado e logo bateu a identificação pela parada, por ser um homem preto e pela temática ser mais que necessária para o momento em que estamos vivendo, e principalmente pelo genocídio do povo negro causado pela pandemia, por esse desgoverno fascista e por todas as instituições autoritárias que andam junto com o Estado. 

Bom, falando mais sobre a coleta, ela conta com 25 sons, 25 bandas que abordam o tema da maneira mais agressiva, reta e sem massagem, com muito punk, hardcore, grindcore e afins, tudo da melhor qualidade e com um zelo que passa desde a incrível capa que mostra uma colagem de rôustos de personalidades negras como Lélia Gonzalez, Abdias do Nascimento e Carolina Maria de Jesus (sorrindo!), capa que foi inspirada na obra "Operários" de Tarsila do Amaral. 

Achei bem interessante deparar com bandas como Bertha Lutz, Desalmado e O Inimigo, que são bandas que conheço e de alguma maneira acompanho o trampo, dividindo track com bandas do naipe de Meu Sangue, Crexpo, Klitores Kaos e Cruento, algumas que eu não tinha conhecimento e gostei do que ouvi. O esquema ainda conta com conjuntos da estirpe de N.T.E., BlackJaw, Ratas Rabiosas e Demonia. 

Digo aqui que é um dos projetos mais interessantes que conheci ano passado, pela temática, pelas bandas reunidas, pela coragem na denúncia e do protesto num momento que a repressão dá as caras sem nenhum medo. O projeto gráfico é outro destaque, e agradeço aqui por todxs que se envolveram nessa parada, um registro histórico pra cena!

Participam:

Derrota // Bertha Lutz // Ratas Rabiosas // Mau Sangue // Älä Kumarra // Crexpo // Desalmado // Sendo Fogo // Make It Stop // Hayz // Demonia // Klitores Kaos // O Inimigo // Desobedeça // Vozes Incômodas // Cruento // Discurso de Pobre // Humäno// Afoite // Antilhano //Time And Distance // Blackjaw // The Biggs // Old Rust // N.T.E.

encarte completo: https://issuu.com/sanguepreto/docs/encarte_completo

ouça aqui:

https://sanguepreto.bandcamp.com/

17.3.21

You Didn't Think We Could Take It! V2. A Tribute to Subsonics (2021)



Falar uma coisa aqui pro cêis, meus queridos, minhas queridas e querides, o mundo está cheio de malandros, larápios da pior qualidade e os ditos "boca doce" (um-sete-um no linguajar popular), mas também existem aqueles que arrancam o nosso dinheiro de maneira honesta e sincera, fazendo a nossa alegria diária, felicidade momentânea, o gozo das pequenas coisas da vida podre. E um exemplo nítido disso que falo é a Mandinga Records, selo aqui de Goiânia que faz um trabalho genial, com um zêlo aos moldes de alfaiate ou de quem coloca liguinha de cor diferente pra separar pamonha de sal e de doce, todas elas com queijo, claro.

Pois bem, nesse 2021 o selo comandado pelo Pedro Rabelo, o Pedrim Malandrim, nosso patrono do garage punk, líder da icônica Bang Bang Babies e estourador de cativeiro nas horas vagas, irá lançar o tributo ao Subsonics (não conhece?) intitulado "You Didn't Think We Could Take It! V2 -  A Tribute to Subsonics". A bolacha (que deve sair em LP) conta com 12 cantigas interpretadas por bandas do estirpe de Black Mekon, Colt Cobra, The Mings, Bang Bang Babies e Repitilians From Andromeda. No bandcamp (Spotify e afins vão pra baixa da égua)da Mandinga tem alguns sons liberados do tributo, que nos dá a noção da paulada que vem por aí. Se você gosta ali do alternativo 90's, garage rock e misturebas boas oriundas do subterrâneo que soam melodiosas e gostosas de ouvir numa tarde no parque bebendo catuaba, corra atras desse tributo e dos lançamentos da gravadora, um verdadeiro cachaço de selo. 

ouça aqui

12.3.21

Sömbriö - Fogo, Poder e Destruição (2020)

Bom galera, estou aqui mais uma vez, convivendo com todo esse caos instalado, a tristeza e a agonia tomou conta de mim e bateu aquela saudade de resenhar as carroceiragem sonoras do nosso submundo roquista. Nesse período todo da pandemia, confesso que fiquei 4 meses sem tomar banho, chegando ao ponto de ser expulso de meu habitat por aqueles que conviviam com este que aqui esboça a escrita torta. Pois bem, me aprumei, nos dias atuais consigo tomar um banho de gato ao menos uma vez por semana, o que melhorou o meu convívio com aqueles que me amam. Parei de beber Cynar e agora só estou dando uns bicos na Caracu com Sazon. Passado isso, volto com as resenhas no blog e farei no meu tempo, sem pressa, sem pressão e sem deus, graças a deus.

O pontapé inicial pra começar essa várzea sonora começa pelo time de peso conhecido como Sömbriö,  pra derramar o chorume mais podre possível em sua timeline. Os cabras, que atualmente  se juntam em trio, representam GO/SC e estão na caminhada desde 2018, disseminando o Metalpunx e o D-Beat pelas profundezas do subterrâneo do rock sem classe. Em 2020 lançaram o álbum "Fogo, Poder e Destruição" que conta com nove músicas, juntando todas as referências maléficas visuais e sonoras dos anos 80. Na formação que está no cd lançado pela Two Beers Or Not Two Beers, Paulin, que no quesito visu representa o famoso headbanger dos cambito fino que mescla Destruction com Poison, segura a bronca das cordas finas com uma pegada que lembra muito a guitarrada do Hellhammer  do disco "Apocalyptic Raids". Fernando é o bonito que coordena o baixo na repartição do grupo, sapeca o instrumento com tanta violência que o bichão parece que tá puxando cerca de arame em pasto pra segurar gado rebelde. Nas baquetas está o querido Urbano, raparigo talentoso, que tem a maestria de unir a bateria cavalo-manco com a pegada "roda de quadrilha profana", se é que voces me entendem. Iggor Cavalera em sua atual fase sentaria no banco a espera de uma vaga no time. 

Do disco eu só tenho elogios, da gravação às letras, escritos que encaixam perfeitamente para os tempos tenebrosos em que passamos. A minha preferida é "Inferno em Goiânia", será por qual motivo, né? A capa maravilhosa leva a assinatura de Lucas Bittencourt, e assim, posso dizer pelo que ouvi no ano que passou que esse disco é um dos melhores da cena nacional. Aliás, essa preciosidade está pra sair em versão LP 12'' apoiada pelos selos/distros Distro dos Infernos (AM), Zuada Records (CE), TBONTB (GO), Insulto Rex (RN), Brado Discos (PR), Fuckitall Music and Management Group (SC), Manaós Distro (AM), Raw Recs (DF), Vertigem Discos (CE), No Future Distro (MG) e Bacural Discos (GO. Pra quem gosta de Desastre, Whipestriker, Deaf Kids e afins, a Sömbriö é a boa dica de audição degradante. 

ouça aqui:

23.6.20

Korvak - S/T (2019)


Dia tal da quarentena, juízo sem rumo, caos instalado neste país e o avanço dessa tempestade fascista me obriga a beber, escrever e ouvir paulada sonora. Pois bem, desta vez chego pra dixavar um pouco sobre a banda Korvak, que conheci há pouco tempo e que ganhou rapidamente o coração desse tosco que divaga neste podre espaço virtual já há algum tempo.

A banda, que é de Campina Grande-PB, lançou o seu primeiro debut no final do ano passado. Formado pelo power trio André Brito (guitarra/baixo/vocal), Gabriel Pontes (guitarra/baixo) e Cláudio Montevérdi (bateria/percussão), os cabras bebem da fonte do thrash 80's, e quando aperta o play pra escutar o disco a sensação é que os cabras sugaram as melhores influências de conjuntos como Exodus, Destruction, Possessed, Death e afins e conseguiram sintetizar tudo em um álbum incrível.

Original à sua maneira, com linhas de riffs que se destacam ao longo das faixas e com uma boa influência de death metal, o reverb que sai do microfone, dá aquela sensação gostosa de que foi gravado em tubulação de rede de esgoto. Chama a atenção pela referência à sonoridade caraterística das bandas daquela fase de ouro. 
 e todo o contexto headbanger.
Contendo nove músicas e que chegam a quase 50 minutos de speed, thrash old school e interlúdio/intro que deixariam o Testament de queixo dormente, destaco as faixas "Pandemonium", "Mind Malefactor", "Empty Soul" e "The HydroCyclone: No.1 - Apex, No.2 - Vortex" que tem 11 minutos de aulinha de transições e performance. 

Vale lembrar que os temas abordado pela banda passam pelo ocultismo, distúrbios mentais e a decadência da sociedade nos dias atuais. Baita banda e grande registro pro metal nacional. Ouça aí!

Ouça aqui:

3.6.20

Conflito - S/T (2019)

Desenferrujando aos poucos os dedos que teclam o notebook abandonado no canto do quarto, retorno em meio ao caos social isolado. Bom, entre a frustração dos noticiários que me tiram o sono e da esperança de me apoiar entre os meus, mostro-lhes o que mais tenho gostado de ouvir enquanto tomo um sol ardente ou quando preparo o café que vem acompanhado de tapioca gratinada na manteiga.

Conflito é a banda e é o som, formada nos primeiros meses do ano passado, o conjunto de música é oriunda de Porto Alegre e conta com integrantes e ex-integrantes de bandinhas maravilhas como The Completers, Paquetá, Ornitorrincos e Fiasco. Com doze cantigas, o registro de estreia da banda foi lançado em novembro passado e os ensinamentos de Stiff Little Fingers, Undertones e Buzzcocks fizeram que esta quatro almas benditas passagem na lição dos acordes, melodias e refrões chicletes. 

Abordando situações do cotidiano, questões sociais e conflitos pessoais internos, quem atrever-se a ouvir irá deparar-se com a sonoridade punk que remete ao prazer de estar junto com boas amizades e celebrar valores que andavam perdidos na atmosfera da vida corrida.

O disco todo é viciante, mas destaco "Resolvi Ficar", um encontro do primeiro Ramones com o The Clash e falando do comodismo, amor e angústia de permanecer em lugares que nos fazem bem e mal ao mesmo tempo. Foi a impressão que tive e que me identifiquei neste atual momento.
Formado por Daniel Villaverde nas melodias vocais (um beijo no coração meu querido), Wender Zanon nas cordas grossas, Julia T. nas cordas finas e incríveis riffs e Jonas A. na percussão do ritmo acelerado, esses maravilhosos é que fazem o sons de conflito, da Conflito. Só ouça.

ouça aqui:

4.5.20

Dead Enemy - Knowing The Enemy (2020)


Olha só meus desorientadoxs, estava eu aqui fazendo o meu melhor esporte na atualidade, o famoso revezamento cama x sofá x mesa de trabalho (rizos) quando me deparei com uma mensagem do meu primo codoense Guilherme Teo, avisando que estava ouvindo um som delirante dentro de sua caçamba, que dentre outras côusas faz desfile na rua principal do Codó com o falecido do dia levando-o até o cemitério municipal, descarrega areia e leva as crianças que moram na caatinga (aka roça) pra escola. Pois bem, esse meu primo me disse pra ouvir uma tal de Dead Enemy, banda de Fortaleza,lugar em que ele guarda boa lembrança, pois foi lá a sua primeira experiência numa rodinha de hardcore, nu, apenas com seu all star e carregado num carrinho de supermercado o rolê inteiro.

Como eu não deixo o cachimbo cair, pois não cochilo, fui procurar a dita banda e logo me deparei que conhecia alguns dos integrantes por nomes ou por bandas que tocam ou já tocaram. Coloquei o disco Knowing the Enemy no celular, ativei o bluetooth e conectei na caixinha comprada de algum mascate tocantinense que costuma passar com o seu veículo de tração manual na porta de casa, sempre vendendo urso gigante, panelas tamanho CEM (cozinha de escola municipal) e redes de diversos modelos. 

Ouvindo e deixando no modo repeat enquanto eu fazia algum exercício pra não cair no sedentarismo e tentar diminuir a circunferência da região abdominal, o disco me ganhou logo de cara pois lembrei lá dos primeiros discos do D.R.I. e Exodus. Seco, rápido como deve ser, riffs poderosos, baixão que faz tremer as estruturas (imagina isso ao vivo, séloko bandido!), bateria meio britadeira e sonoridade (côros) que lembra qualquer gravação oitentista de crossover/thrash.  

Registro impecável, destaco "Words of lying fellowship", "Take me out of this application" (o começo é cabuloso!) e "Bomberstorm" que foram as que mais coloquei pra voltar a tocar, porém as outras merecem bom destaque a atenção pra você que vai buzinar aí o play da plataforma digital preferida. Violator, Dr. Living Dead, Damn Youth e demais sons atuais que seguem essa linha do thrash/crossover são referências pra quem chegar aqui e estiver em rumo ou orientação pra ouvir essa baita banda cearense. 

A capa leva a assinatura do mestrão Fernando JFL e o disco acabou de sair em formato físico (cd) pelos selos/distros Two Beers Or Not Two Beers, Helena Discos,Zuada Recs, Ad Prod, Metal Under Store, Voice Music, Metal Island, Jazigo Distro e Vertigem Discos, pra comprar e alegrar as caixas do seu 3 em 1. 

Bom, é isso aí que eu escrevi e mais um pouco, indico pra todxs aqueles que estão trancafiadxs e também para xs que precisam enfrentar esse cotidiano incerto e cada vez mais cruel. Disco poderoso, thrash maloca pra pisar na cabeça de headbanger reaça.

Dead Enemy é:

XJuninhox - Guitarra
Dejane Grrrl - Baixo
Mateus Sales - Bateria
Fenando Gomes - Vocal


Ouça aqui:

3.5.20

Eu Não Sou Você // Zine



Vamos lá meus amôures, em meio a essa pandemia infame que anda deixando todo mundo com o miolo do cu na mão, entre todo o tédio e solidão que me visitam todos os dias, resolvi colocar os escritos desse podre espaço em dia, pra quem se interessar e querer se distrair por alguns minutos e fugir da triste realidade que vivenciamos.

E pra voltar, resolvi rasurar sobre um zine primoroso que me deu um gás pra produzir algumas doidices que insistem em sair dessa molêira inquieta. Ah, o doc do Beastie Boys foi outro bom motivo pra voltar com os textos mais toscos desse espaço da webnet. 

O zine em questão, ou fanzine (chame aí do jeito que achar melhor,
vale até chamequinho da bêsta-fera) chama-se Eu Não Sou Você,uma publicação clandestina que passou por debaixo dos panos da censura do caiadismo e não por demais, pulou a cerca do maldito bolsonarismo e está por aí perambulando pelos porões e subsolos do nosso underground, sendo possível avistá-lo feliz em banquinhas e feiras de publicações subversivas.

Uma maravilhosa homenagem ao punk e ao que ele representa na vida de milhares de empenadxs, o zine revive e lembra da importância de algumas figuras icônicas, umas não estão neste plano e outrxs estão por aí, deixando as suas marcas e os seus legados, assim pode-se dizer.
Personalidades como Pig Champion (Poison Idea), Kira Roessler (Black Flag), Redson (Cólera) e Daniel Villaverde (Ornitorrincos) são alguns que estão presentes no periódico que não sei quando terá outro número, e se terá, né?

A capa que apresenta o perturbado GG Allin e todas as ilustrações
contidas no interior do rebuscado folheto é de autoria do artista Diogo Rustoff. A sensibilidade cirúrgica dos textos leva a assinatura do bom malandro Júlio Baron, aquele que deixa a sua marca registrada nos come-come do centro de Goiânia. Limitado em 50 cópias, o esquema-bom é uma lançamento da PDV Publicações, portanto é só gastar o resto do seu 3g ou larapiar a internet do seu vizinho reaça e fazer a negociata boa por sete condecorados de notas falsas da atual moeda vigente neste país. Belo trampo.


***Este podre escrito foi mal elaborado na base do café levemente açucarado e ao som do disco Gerais do estourador de cativeiro Bituca.