Nunca citei neste sítio a importância que a Dance of Days teve em certo período de minha tosca vida. Pois bem, nunca é tarde pra reparar falhas e estou aqui pra colocar um silver-tape neste lapso de memória.
Bom, pra começo de conversa digo que a citação de meu irmão será uma constante nas linhas desta podre "série", pois como já relatei, o acervo underground deste homem é cabuloso e devastador. Falando da banda e de como conheci, lembro que na época eu já tinha contato com alguns sons do hardcore nacional, isso já em 1999 ou por volta disso (pra mais ou menos), e que eu fuçava pra caralho os materiais do cabra conhecido por aqui como Bacural, sempre depois das aulas e com a peleja de minha mãe pra que eu não ficasse naquelas de ouvir sons que iam contra a ordem de deus. Claro que eu ignorava e ficava ali no inferno-calorento do quarto por horas, e numa dessas eu me deparei com o primeiro registro da Dance of Days, o "6 First Hits", disco que foi um divisor de águas paradas no rumo de minhas amizades, rolês e busca de novas bandas. Lembro que eu colocava o compact disc e rodava por horas num 3 em 1 da CCE com um aparelho de CD embutido como periférico, tão lascado que tinha que dar uns murros pra poder funfar de maneira satisfatória. Todas as cantigas deste disco soavam como algo muito incrível pra mim, desde a pegada mais melodiosa até a voz do Nenê Altro. Na época eu sacava porra nenhuma de inglês e o esquema de pirar era mais no lance sonoro mesmo, o vocal intenso e gritado, um hardcore apaixonante que abriu minha mente para outras possibilidades. Naqueles tempos idos, termos como hardcore melódico, emo e afins eram desconhecidos e fui sacar disso tudo um pouco depois. Posso dizer que músicas como "Fallen" e "Plague" eram as que eu mais gostava, além de um trote ou algo do tipo, contido do meio para o fim da última faixa. Cito também que a partir de então passei a acompanhar intensamente a banda até um certo período e os lances do Nenê Altro, pois eu pirava muito na articulação do cara, do que ele escrevia, do selo Teenager in a Box, do Antimídia, das bandas que conheci depois como a Sick Terror e a Personal Choice e por incrível que pareça, eu jamais imaginaria que eu fosse curtir sons instrumentais e me deparar com a Hurtmold e com as produções do M. Takara, baterista desse disco e que é um raparigo renomado dentro do gênero que citei.
Já ouvi muita coisa de muita gente sobre o meu gosto pela banda, nunca liguei, pois sempre pensei que o que valeu mesmo foram as músicas, letras e o ativismo dentro do underground que fez, de certa forma, eu estar aqui. Acho que é isso, faltava um post digno pra essa banda, que estragou a minha de uma forma muito positiva.
Obs.: Postagem dedicada ao Felipe, Vasco e Bel
Ouça o "6 First Hits" aqui:
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