Nessa quentura seca que anda sapecando os couros da galera do centro deste país, nada melhor do que rasurar sobre uma banda representante do Centro-Oeste e que ama falar de cerveja. Bom, a banda em questão é conhecida pela graça de Phreney, é oriunda de Taguatinga-DF, faz uma mescla nervosa de Thrash Metal/Crossover/Death Metal, está na ativa desde os perdidos de 2003 e sua formação atual é composta pelos bons cabras Wendel Aires (vocal), Tiago Teobaldo (guitarra), Jabah Reivax (guitarra), Ronny Lobato (baixo) e Jôsefer Ayres (bateria).
Neste ano a banda lançou o seu primeiro Full Album, intitulado "The Power Comes From The Beer", disco esse confeccionado de maneira independente e que conta com 10 furiosas cantigas. Quando peguei este registro em mãos, logo de cara a arte de capa me impressionou muito pelo teor de humor e das homenagens que fazem referências ao Motorhead, Dead Kennedys, Terror Revolucionário, D.F.C, D.R.I. e tem até o lendário Marcelo Podrera (raparigo-dinossauro bem conhecido da cena do DF/GO) pogando na galera ao fundo, portanto a apresentação inicial deixou este que aqui judia da gramática com uma ansiedade aflorada para ouvir o redondo com o furo no meio.
Ao ouvir o disco, a cada música a impressão e a admiração pelo trabalho destes candangos aumentava, pois já tinha tido a oportunidade de ver uma ou outra apresentação da banda e não tinha dado a real importância para o som. Redimindo desta grave falha pessoal, venho dizer que este registro é uma das boas maravilhas lançadas dentro do cenário do Thrash Metal nacional e mundial.
A bolachita abre de maneira brilhante com "Dirty Game", cantiga que já mostra todo o poder da banda, através de uma introdução bem old 80's e uma pegada blast bleast de tirar o folego da pessoa que ouve, aliás, essa agressividade ecoa por todo o conjunto da obra. "Destroyed" é caracterizada por riffs "quebrados", dando uma cadenciada meio-galopada-de-cavalo que a grande maioria dos headbangers amam, pois o estilo da cantiga possibilita um intenso sacolejo dos cabelos e tronco servical. A sequência "Exploding In Rage/F.U.C.K" é destacada por solos incríveis e uma bateria que até agora eu tô abismado com tamanha velocidade e técnica, além de um vocal muito forte e nervoso, recomendo um bom capacete de obra civil pra proteger bem deste artefato sonoro e não sair com escoriações pelo corpo. Uma de minhas favoritas deste disco é a cantiga que dá o título a bolachita, "The Power Comes From The Beer" que mostra a autenticidade da banda em fazer referência a velha escola sem perder as próprias características, com riffs, vocais e solos muito bem trabalhados. Outra boa sequência agressiva pode ser conferida nas cantigas "Never Forget The Beer Of Your/A Song Of Truth", crueldade sonora sem limites, boa pra pogar com um carote de catuaba em mãos. Outro bom destaque vai para a música
"Fuck You With Your Lies", com uma bateria-britadeira de tremer o queixo, e vou citar mais uma vez (pra ser enjoado mesmo) que este vocal é uma das maravilhas podres que descobri este ano, vale citar que as cordas grossas dessa música me deixou bem impressionado também. "This Is Extreme" é a cantiga que mais aproxima-se do death antigão (aquele malzão, espírito ruim, que deixa o cabra corcunda), e não é atoa que que o título remete ao extremo, pois é bem isso que se ouve, sonoridade extrema e sem limites. A derradeira do disco é a única em português e chama-se "Contra Tudo, Contra Todos" e é uma resposta aos pessimistas de plantão que só sabem atrasar lado, ótima música que encerra de forma brilhante este fudido registro.
A excelente concepção gráfica do disco leva a assinatura de Ygor Moares (Scania), outro destaque forte deste belo trabalho, além da ótima qualidade da gravação e das participações especiais de integrantes de bandas como: Device, Dependência Pulmonar, Scania e Dynahead. Este aqui é um dos ótimos lançamentos deste ano dentro do cenário do thrash metal nacional e mundial, disco muito bem produzido e sincero. É sempre uma honra receber um disco dessa envergadura, agradeço ao pessoal da banda pela cortesia, agradeço também pela grata oportunidade de ter um lindo trabalho independente em mãos. pois sei da correria e das dificuldades de colocar um trampo desse nas ruas, portanto, se você gosta de thrash metal de qualidade e original, gosta de beber, não tem frescura e é livre de rótulos, este disco deve fazer parte de sua coleção sebosa de discos, pois o esquema tá fino e raro. Fiquei impressionado com este trabalho, parabéns aos envolvidos, este subterrâneo agradece sempre!
Página da banda: Phrenesy
Ouça e baixe o disco aqui:
0 comentários:
Postar um comentário