31.10.13

Projétil Paralelo - Entrevista e lançamento do EP "Arte-Facto-Explosivo"


Olá queridãs, é com muita satisfação que este blog lança de maneira virtual o primeiro registro de estúdio da banda oriunda lá de Correntina/BA, falo da Projétil Paralelo que acabou de finalizar o excelente EP "Arte-Facto-Explosivo". A bolachita conta com 8 cantigas, acompanhado de um zine muito bem elaborado e um poster. Posso dizer que este disco é original no que diz respeito a questão sonora e diferente de muita coisa que você anda ouvindo por aí. As influências vão do pós-punk / post-hardcore ao rock psicodélico, misturando poesia marginal, experimentalismo, melodia e revolução. A banda conta com Su Suzete nos vocais, Xi Drinx no baixo e Véi Miguelo na guitarra e destaco qui as cantigas "Jaulas Vazias" "(e)Levo", "Aborto Temporal", "Estrela do Rolê", "Reflexo da Sociedade". Pra quem se identifica com o experimentalismo sonoro, feminismo, justiça social, libertação animal, poesia e com a eterna ideia do faça-você-mesmx, esse registro é altamente indicado, lindão de ouvir e de ter em mãos. 
Logo abaixo segue uma entrevista bem legal que fiz com a banda e mais abaixo segue o download do EP "Arte-Facto-Explosivo" com o zine e o poster em anexo. Boa leitura e audição, disco muito foda!!!

BLC – Primeiramente, quando e como surgiu a banda?
Véi Miguelo: A banda surgiu em Correntina/BA no oeste baiano. Eu e Xi Drinx nos reunimos em sua casa para tocar, não tínhamos ideia ainda da banda, ou como ela seria, estávamos compondo melodias que se encaixariam nas poesias que Suzana também estava compondo, a princípio só tínhamos em mente em tocar, passar uma mensagem não como banda, apenas um trio, formado de três jovens que expressavam um rock and roll diferenciado do que acontecia por nossas bandas.

BLC – Projétil Paralelo é um nome forte, de quem foi a ideia e qual é o significado?
Xi Drinx: O nome da banda é simbólico, como a proposta da banda é transmitir várias ideias/sentimentos ao mesmo tempo, a partir do som, da música e tudo mais, isso se torna nossos projéteis que atingem quem nos ouve, são paralelos pois estão sendo enviados ao mesmo tempo, no momento que tocamos, nós transmitimos nossas ideias e concepções artísticas/políticas de uma vez só, isto nos fazer ser a Projétil Paralelo.

BLC – A banda é de Correntina/BA, como é a cena local da cidade? Espaços, público, dificuldades, fale um pouco do que rola por aí...
Suzana: É um local que já teve uma efervescência bem maior de bandas, assim como toda a região da bacia do rio Corrente, porém com a saída da cidade de várias pessoas que eram engajadas para cidades maiores (fazer faculdade, arranjar um emprego não-tão-de-merda, etc), assim como a mudança de interesses (fim da adolescência é para todxs?!), há um verdadeiro desfalque, aliado a uma juventude cada vez mais alienada.
Véi Miguelo: A cena da cidade tem resistido muito nos últimos tempos e essa resistência vem de nós da banda, que somos remanescentes da Poluição Sonora, banda que criou o primeiro festival de rock da história de Correntina, nossa cidade natal. Além de nós temos também amigos da banda que contribuem para não deixar a cena morrer.  Espero que possamos passar essa ideia a nova geração de Correntina e eles promoverem novos eventos pra dar continuidade e criar um verdadeiro espírito de cena, nós percebemos na primeira edição do Correnteza, evento de contracultura que está ficando forte na região do velho oeste, eu e xidrink's, observamos que finalmente depois de anos a cidade estava encontrando uma nova geração de jovens que curtem rock e ficamos espantados achávamos que éramos os únicos da nossa geração, porque quando tínhamos a idade desses meninos que vimos com esse estilo, éramos vistos como loucos caretas, o rock não era vistos com bons olhos pelo povo de lá. Mas, estamos aí, espero que possamos passar algo bom a nova geração já que nos últimos 10 anos não tivemos oportunidades.

BLC – A banda tem dois registros lançados e parte para o primeiro em estúdio, qual a principal mudança dos discos anteriores para este?
Suzana: Este possui uma musicalidade diferente, músicas mais agitadas e gritadas (inclusive cantadas), saindo um pouco do recital. Também as letras estão mais incisivas e agressivas.
Véi Miguelo:  A agressividade nesse novo álbum e diversidade musical maior que os trabalhos anteriores que visavam mais simplicidade nas harmonias. Há também um pouco de melancolia na harmonia desse material.
Xi Drinx: Eu acho que a mudança é a clara progressão que a banda teve em aspectos gerais, desde maior abrangência de ritmos misturados, as letras também tem uma característica mais própria que fecha o conceito do registro de uma forma completa, junto com os elementos musicais que foram introduzidos, como a guitarra extra, clarinete, sax, músicas cantadas, back vocais, enfim, uma série de coisas que só ajudaram a nos fazer uma banda mais completa no propósito que sempre galgamos.


BLC - A banda diferencia-se por ter metais (saxofone/clarinete) nos sons, além de não ficar presa num só estilo, quais foram as principais influências da banda pra chegar nessa originalidade sonora?
Xi Drinx: Poxa, falar sobre influências musicais da banda é algo complexo, todo mundo tem um gosto bem variado e diferente, o que gera algumas vezes várias tensões na banda, mas, acaba ajudando a nos moldar melhor para criar o som com nossa característica própria. Dentro do gosto pessoal você vai achar power violence, rock psicodelico, funk rock, hardcore, punk rock, rock alternativo, em linhas gerais é isso, pela sonoridade da banda dá pra entender como é o nosso caldeirão de influências; se você ouvir uma música e sentir um estilo musical ou dois ou três ali, foi intencional e é assim que gostamos de fazer as coisas, extremamente plural, nada de “raça ariana musical”.

BLC – O que o público pode esperar do novo EP “Arte-Facto-Explosivo”?
Suzana: Navalha na pele, reflexões, mais agito.
Véi Miguelo: Muita revolução
Xi Drinx: psicodelia punk

BLC – A arte do single “Jaulas Vazias” é bem interessante, quem é o responsável? A arte do EP vai ser assinada pela mesma pessoa?
Suzana: A arte é do Caio Conceição, amigo nosso do RJ, porém a arte do EP vai ser só um zine, que eu rabisquei, juntando os desenhos de Fudo e Miguelo. Não tá tão ruim assim não, haha

BLC – Agradeço aqui a oportunidade de entrevistar a banda, e fica o tradicional “espaço livre” pra banda falar o que quiser. Abraço e sucesso na correria.

Xi Drinx: Eu queria agradecer ao blog pelo espaço, às pessoas que estão lendo a entrevista e que provavelmente vão ouvir o som. Dizer muito obrigado, por mais que seja pequeno a depender do aspecto que se olha, esta chance é algo grandioso para a vida da banda, nós chegamos até aqui e é muito bom poder pensar assim. Queria aproveitar a chance também e dizer um muito obrigado a todo mundo que participou do corre da gravação e especialmente a todo mundo da banda, este foi o melhor trabalho musical que já fiz e foi muito foda ter chegado lá com vocês, independente do futuro da banda eu estou orgulhoso pelo que nós deixamos registrados dos nossos sonhos, anseios, lutas e ideias, muito obrigado mesmo.

Página da banda: Projétil Paralelo

Ouça a cantiga "Jaulas Vazias" aqui:


Uma amostra do Zine



Download:
Projétil Paralelo - Arte-Facto-Explosivo - EP (2013)

Contato: http://projetilparalelo.blogspot.com.br/

Ouça o EP "Arte-Facto-Explosivo" aqui:

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