Nesses caminhos tortuosos do underground subterrâneo, você costuma se esbarrar com uma gama de gente, estilos, cenas e bandas. Não sei bem o contexto comportamental-mental do restante do mundo que gira em torno de mim para favoritar as bandas conforme a identidade sonora e estética. No meu caso a melodia (ou falta dela) aliada à um discurso que satisfaz e alimenta o que penso nesse mudo-cão diário, ganham créditos eficazes ao ponto de minha pessoa querer buscar à fundo a estrutura daquele conjunto que mudou minha visão e pensamentos individuais/coletivos em prol da construção de um possível mundo melhor. The Renegades Of Punk é uma dessas bandas que mudou muito a minha relação com a música punk e o meu contato com o mundo a partir disso. Conheci a banda através de rolêts em shows sujos, em que tive a oportunidade de ter contato com o split junto com a Mahatma Gangue. Foi paixão à primeira vista com aquelas melodias punks, diferente de muita coisa nacional que eu ouvia.
Passados os anos, chego nesse começo de 2013 retornando aos rolêts da cidade depois de alguns meses ausente, ausência essa motivada por uma necessária reciclagem de ideias anotadas em guardanapos sujos de lanchonetes "boca-de-porco". E como no sábado passado (02/02) rolou o 2º Amanhã Negativo lá no amado Capim Pub, colei no esquema, cercado de alguns olhares amáveis de pessoas desinteressantes para o meu ser. Neste baile comunitário, através do Pícaro (Raw Recs) consegui adquirir o "Coração Metrônomo", disco novo e fresco dessa linda banda oriunda de Aracaju. O registro, primeiro full desse super power-trio, foi lançado no ano passado e desde então a minha fissura para ter essa bolachinha em mãos era algo que minhas pobres unhas já estavam pedindo arrego. Entón camaradagem, desde a noitóla do primeiro sábadéx do mês de fevereiro estou a namorar esta bela obra. O lançamento leva a assinatura dos nobres selos: Läja Recs (ES), Capitão Lixo (RN), Karasu Killer (Japón), Pisces (SP) e Punchdrunk (SC).
Falando das impressões auditivas que tive, o destaque mais uma vez vai para o perfeito encaixe da melodiosa guitarra e o vocal da Daniela, não consigo desmembrar uma coisa da outra, ouça e tenha essa noção do que falo. "Me Testa", segunda faixa do disco me cativou pela força e pela letra que me deixou com a exata noção de que somos apenas produtos a serem testados por esse maldito sistema. "Ghosts" me lembrou muito daquela fase boa "Beauville" da Dominatrix, coisa bem bonita de ouvir quando tem que enfrentar ônibus diurnos supertlotados. "Mistura Meus Olhos" é o tipo de cantiga pra você repulsar tudo aquilo que te faz mal. A derradeira faixa desse disco, "Vida Real" é de fato a minha favorita, fechou o disco de forma brilhante. letra impactante que faz pensar sobre a vida que leva, as amizades que possui e se é situação que devemos proporcionar para as nossas vidas. Bom, não falar de cantiga por cantiga, fiz um apanhado breve daquelas que mais gostei. Recomendo ainda que ouçam com atenção "Fake", "Algo Que Não Tenho", "Um Leão Por Dia" e a ótima versão de "La Reprise", música da finada e excelente Rever. Discão classe, arte cabulosa assinada pelo argentino Matias Araoz. Entón é o seguinte galerágem, compre este registro no rolêt mais perto, na distro que tu tenha contato, roube de sua amizade, grave em fita k7 TDK, se vira, mas tenha essa preciosidade do underground nacional em mãos. E tenho dito.
Ouça duas cantigas do "Coração Metrônomo" aqui:
Saquem essa lindeza de registro da banda!
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