Certamente o "Bullet Bane, São Paulo, Zona Norte" (como eles apresentam) incendiou a Diablo dia 16/06. Primeiro show em Goiânia de uma banda que será o filtro nos próximos anos do que se estabeleceu como Hardcore Melódico. Que exagero, não é? Convenhamos, mérito e circunstâncias podem fazer essa aposta se concretizar.
Primeiro as circunstâncias bem rapidamente. Estão localizados no centro de shows internacionais e nacionais de maior expressão que é a capital paulista. Segundo, a nova safra dessa estética de som está minguada, onde poucos apostam nessa vertente. Algumas bandas mais antigas, rodando a estrada por mais de 15/20 anos já não têm disposição para perder dias de sono rodando um país continental como o Brasil. E por fim, apostam no inglês que é o que, me parece, a galera está mais aberta a receber pelo menos de maneira mais ligeira.
Agora os méritos. Um nome de pegada. Quando estão no palco, realmente estão no palco e respiram a música. Vocal rasgado de muita personalidade, lembrando muito o Farofa do Garage Fuzz tanto fisicamente quanto a performance meio capoeira maloqueira, por assim dizer. E o mais importante, penso eu, a sinceridade que os caras conseguem passar no palco que é um diferencial notável.
Subiram no palco da Diablo e botaram pra derreter. Mesmo sem um público consolidado aqui, isso não foi motivo para um "show-ensaio" como muitas bandas-preguiça fazem quando sabem que não são unanimidade entre o público presente. Com certeza quem foi já conhecendo o som da Bullet gostou do que viu, e os que foram pra conhecer ou acabaram conhecendo por acaso, também saíram da Diablo com uma pulga barulhenta atrás da orelha que vai passar alguns dias dizendo "escute Bullet Bane".
É bom demais ver uma banda que vai abrir para o NOFX, e certamente abrirá muitos dos shows gringos que irão rolar no Brasil, colocando a mesma intensidade mesmo em um lugar onde estão se apresentando pela primeira vez. Um final feliz pra noite de sexta na Diablo: banda satisfeita, público também, casa cheia e uma esperança de que outros shows nesse mesmo naipe possam rolar ali na casa.
Uma aposta nasce com muito trabalho e qualidades que o Bullet Bane está provando ter. Mas ao que me parece eles não estão muito preocupados com isso, e banda que já começa pensando em carreira é um blefe sem tamanho. Os caras estão interessados é em fazer seu som e compartilhar isso com pessoas que se identificam com a proposta que está sendo educada na cadeirinha da escola de punk hardcore melódico californiana, e com os recém professores com uma formação técnica sem perder a melodia, me parece, os teachers I Wilhelm Scream, Propagandhi e This is a Standoff.
*Antes de criticar, elogiar, alimentar treta ao algo do tipo, já digo que o texto nón é de minha alcunha, o cabra que teve o dom da pena foi Bruno Abnner, vocalista "nos tempos de folga" da banda Coerência, portanto, flores ou pedras somente direcionadas para o jovial. Beyjos.
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